Crimes
Mulher acusada de matar tia do marido volta a ser julgada
O Tribunal de Tondela começou hoje a repetição do julgamento de uma mulher que está acusada de ter assassinado uma tia do marido, em 2009, depois de a Relação de Coimbra ter anulado a sentença que a tinha condenado.
Na primeira sessão da repetição do julgamento, a arguida optou por exercer o direito de não prestar declarações, tendo sido ouvidas oito testemunhas ao longo do dia, entre as quais dois inspetores da Polícia Judiciária que participaram nas investigações.
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Cidália Calheiros, florista, foi condenada pelo Tribunal de Tondela, no final de 2012, a uma pena de seis anos de cadeia pelo crime de ofensa à integridade física agravada, de que foi vítima Maria Cília de Sousa, tia do marido.
Segundo a acusação do Ministério Público, a arguida estava acusada do homicídio de Maria Cília de Sousa, que terá acontecido no âmbito de uma discussão na casa da vítima, a quem terá apertado o pescoço até desfalecer.
Na altura, o Tribunal de Tondela entendeu que não ficou provada a intenção de matar Maria Cília de Sousa, que foi encontrada a 15 de julho de 2009 em sua casa, em Campo de Besteiros, no concelho de Tondela.
O advogado de defesa, André Domingues, explicou que a sua cliente apresentou recurso no Tribunal da Relação de Coimbra que anulou a sentença, obrigando à repetição do julgamento no Tribunal de Tondela, “por ter encontrado algumas discrepâncias”.
Durante a manhã, um novo coletivo de juízes ouviu dois amigos da vítima, Mário de Almeida e Lia Rodrigues Dias, que referiram que era a arguida e o seu marido que geriam a reforma de Maria Cília de Sousa.
As testemunhas indicaram ainda que a vítima desconhecia o real valor da reforma, a que apelidava de “esmola” por acreditar no que os sobrinhos diziam ser uma quantia muito reduzida.
Durante a tarde, foram ouvidos dois inspetores da Polícia Judiciária, Verónica Rodrigues e Alcides Rainha, que tiveram intervenção em diferentes momentos da investigação.
O inspetor Alcides Rainha explicou ao tribunal que foi chamado ao local para investigar a morte de uma idosa que tinha sido encontrada ao fundo de umas escadas interiores.
No seu entender, a investigação permitiu afastar a hipótese de queda acidental, o que veio a ser corroborado pelo relatório da autópsia que indicava a ausência de lesões traumáticas, embora não apontasse segura causa da morte.
O julgamento prossegue no dia 13 de junho, estando prevista a audição de dois especialistas do Instituto de Medicina legal, o inspetor da Polícia Judiciária responsável pela investigação e o médico de família da vítima.
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