Mosteiro de Santa Clara-a-Nova vai “continuar ao Deus dará”!

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 16-01-2018

O Programa REVIVE, uma iniciativa conjunta dos ministérios da Economia, da Cultura e das Finanças, que pretende valorizar o património estatal ao abandono, foi apresentado, com muita pompa e circunstância,  em Coimbra, no mês de setembro de 2016.

quartel santa clara

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Em linhas gerais, o Governo anunciou que pretendia entregar a privados 30 edifícios do Estado. Espaços que seriam concessionados. Quem ficasse com os imóveis assumia compromisso de os recuperar e reabilitar. Os futuros ocupantes podiam abrir negócios, desde que os mesmos ficassem acessíveis ao público. A transformação em unidades hoteleiras era a sugestão mais ouvida.

O Mosteiro de Santa Clara-a-Nova e o Mosteiro de Santa Maria do Lorvão são dois dos edifícios que integram esse pacote de 30 unidades que o Governo esperava “despachar” até ao fim do ano de 2016.

Nesse dia já distante, até apareceram supostos investidores interessados na abertura de unidades hoteleiras nestes monumentos de Coimbra e Penacova, sendo notório o clima de cumplicidade com alguns representantes do Governo de Portugal.

Mais de um ano depois do lançamento do programa, com o tema a deixar de fazer parte da agenda dos poderes locais e nacionais, Notícias de Coimbra contactou o  Turismo de Portugal para saber novidades sobre os concursos para a concessão destas duas unidades.

A resposta é clara: Nesta data ainda não nos é possível indicar a data de abertura dos dois concursos que refere.

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Podemos concluir que, mais uma vez, o Governo não cumpriu o que prometeu, sendo evidente que os dois mosteiros vão continuar abandonados por mais uns anos.
A entidade que manda no nosso turismo repete o que já se sabe, dizendo que jo site do Projecto REVIVE, que identifica os imóveis seleccionados, irá sendo divulgada toda a informação disponível sobre os mesmos, inclusive sobre o Mosteiro do Lorvão e o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, bem como disponibilizadas as peças dos respetivos procedimentos, das quais constarão todas as condições, prazos e requisitos do mesmo”.

Em 2016 foi referido que a recuperação dos edifícios seria feita por privados, através de concessões, estimando-se um valor de cinco milhões por edifício, com um valor final de cerca de 150 milhões de euros. Depois de feitos os concursos, os espaços abrirão portas como hotéis, restaurantes ou até museus, prometeu o Governo.

Até hoje, apenas foram abertos 4 dos 30 concursos de concessão anunciados pelo Governo. São eles o Convento de São Paulo (Elvas) , o Hotel de Turismo da Guarda,  o Paço de Valverde (Évora) e os Pavilhões do Parque Dona Leonor (Caldas da Rainha).

 

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O Mosteiro de Santa Maria de Lorvão ou simplesmente Mosteiro do Lorvão, foi um importante mosteiro e centro de produção, servindo depois como mosteiro feminino.

Depois da extinção das Ordens Religiosas viu novo uso já no século XX como hospital psiquiátrico, o Hospital Psiquiátrico do Lorvão, encerrado em 2012.

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Antigo mosteiro feminino de Clarissas, de fundação seiscentista, Mosteiro de Santa Clara-a-Nova foi construído ao longo dos séculos XVII e XVIII, em substituição do antigo mosteiro medieval de Santa Clara-a-Velha, vítima das inundações periódicas do rio Mondego.

A área a afetar a uso turístico é a totalidade do imóvel, com exceção da Igreja e do Museu.

O Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, que está cada vez mais degradado, recebeu no final do ano uma exposição da Bienal de Arte Anozero, sob o mote “Curar e reparar”.

Recordamos que esta não é a primeira vez que se afirma que o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova vai receber uma unidade hoteleira. No início do século chegou a ser dada como certa a sua integração na rede das Pousadas de Portugal.

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