O Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, um dos mais icónicos monumentos da cidade de Coimbra e classificado como Monumento Nacional desde 1910, volta a abrir ao público no próximo dia 26 de junho, numa cerimónia presidida pela secretária de Estado da Cultura, Isabel Cordeiro.
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Após um extenso processo de beneficiação, restauro e valorização, o Mosteiro tutelado pela Direção Regional de Cultura do Centro (DRCC), volta a receber visitantes, oferecendo uma oportunidade única para apreciar um rico e vasto património histórico e cultural.
Fundado pela primeira vez, no final do século XIII, por Dona Mor Dias, dama da nobreza, o Mosteiro foi refundado no século XIV por Isabel de Aragão. As ruínas do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha compreendem, para além da magnífica igreja com características muito peculiares, um claustro com dimensões monumentais, que o tornam no maior claustro gótico conhecido em Portugal. Ao longo dos séculos, o Mosteiro enfrentou inúmeros desafios devido à sua localização próxima ao rio Mondego, sujeito a cheias sazonais obrigando a comunidade monástica ao abandono definitivo do espaço, em 1677, para o novo convento (Mosteiro de Santa Clara-a-Nova), localizado numa cota superior.
Após séculos de abandono, em 1995, uma campanha arqueológica revelou parte do antigo mosteiro, incluindo o impressionante claustro gótico localizado a sul. Estas importantes descobertas arqueológicas serviram de base para a intervenção de recuperação, que permitiu devolver este conjunto histórico à comunidade.
Inaugurado em 2009, o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha passou por uma das mais extensas e complexas obras de recuperação, restauro e valorização em Portugal.
Nos últimos anos o edificado continuou a sofrer danos significativos devido a fortes cheias do rio Mondego, reforçando a necessidade de medidas de prevenção e intervenção para proteger o património contra o impacto de eventos climáticos adversos cada vez mais frequentes.
A intervenção desenvolvida pela DRCC, no âmbito do Programa Operacional Centro 2020, teve como principal objetivo não só a beneficiação do edificado patrimonial, mas também a melhoria e valorização dos espaços envolventes. Os trabalhos contemplaram a conservação e restauro dos materiais pétreos, cerâmicos e azulejares, assim como a recuperação de pavimentos na igreja e nos passadiços exteriores.
O projeto, da autoria dos Arquitetos Alexandre Alves Costa e Sérgio Fernandez (autores do projeto inicial), e que contou com o apoio técnico da Direção Regional de Cultura do Centro, também incluiu melhorias estruturais para proteger o espólio arqueológico armazenado, com a construção de nova reserva arqueológica, a eliminação de pontos de entrada de água não vedados com muro, e o reforço do sistema de bombagem. Ainda, contemplou a reparação do sistema de rega e a ampliação do sistema de vigilância para o interior do monumento. O projeto comparticipado em 85% pelo Programa Operacional CENTRO 2020 teve um custo total elegível de 641.721,21€.
Tendo sido necessário impedir o acesso à igreja e claustro, durante o período de execução das obras promovidas pela DRCC, o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha retoma agora o normal circuito de visita que inclui o centro interpretativo e a ruína arqueológica.
A cerimónia de reabertura, marcada para as 11:00, do dia 26, conta com as intervenções de Suzana Menezes, diretora regional de Cultura do Centro, Isabel Damasceno, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Isabel Cordeiro, secretária de Estado da Cultura.
A sessão tem apontamentos musicais interpretados pela soprano Carla Bernardino e pelo Coro Sinfónico Inês de Castro.
Às 15:30, decorre o espetáculo para a infância “Canta-me um Conto em Coimbra”, pela companhia de teatro Atrapalharte. Esta performance teatral, especialmente concebida para crianças e jovens, é inspirada nas lendas e na história da cidade de Coimbra.
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