Coimbra
Mosteiro de Santa Clara-a-Nova não “revive” nos próximos tempos!
“Portugal não se pode dar ao luxo de desbaratar um dos seus recursos, como o património histórico, tendo a obrigação de o manter», afirmou em Coimbra, a 28 de setembro de 2016, o então Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral”.
Estas declarações foram feitas aos jornalistas após uma visita ao Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, “que, segundo o governante seria concessionado a privados, no âmbito do lançamento do Programa Revive”.
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O Mosteiro de Santa Clara-a-Nova será convertido num hotel, garantiu então o governante.
O Ministro salientou que é “necessário, não só que os turistas possam desfrutar deste património, mas também os portugueses», referiu o Ministro, lembrando que, o Convento de Santa Clara-a-Novaestá fechado e não pode ser visitado”
3 anos após esta promessa, o Governo de Portugal ainda não lançou o concurso para concessionar o degradado e abandonado espaço.
Na segunda-feira, o Presidente da Câmara Municipal de Coimbra anunciou que tem havido a manifestação de interesse de vários operadores hoteleiros em concorrerem e a transformar aquele edificado num hotel de qualidade. Para isso tem de ser lançado o concurso, acrescentou.
Mas se há tantos interessados, porque é o Governo não abre o concurso, questionou Notícias de Coimbra? Manuel Machado respondeu: Porque é preciso ao levantamento, há peças procedimentais que são indispensáveis, esperamos que em meados de setembro, o mais tardar, esse levamento esteja feito.
Falando aos jornalistas após a reunião do executivo, Manuel Machado frisou que a Câmara tem um acordo com Governo para instalar Bienal AnoZero numa área do Mosteiro, pelo que o eventual futuro concessionário será confrontado com esta ocupação.
Na página do Revive pode ler-se que a área a afetar a uso turístico é a totalidade do imóvel, com exceção da Igreja e do Museu.
A Confraria da Rainha Santa Isabel diz ser proprietária do adro que permite a entrada no Mosteiro, mas Manuel Machado afirmou que esse problema está resolvido e afiançou que o terreno é de domínio público.
A Confraria não é da mesma opinião e tem dado provas de não querer abdicar desta fonte de rendimento.
Hoje, na sequência destas declarações do edil de Coimbra, o CDS-PP perguntou ao Ministério da Economia: A ser verdade a «manifestação de interesse de vários operadores hoteleiros» revelada em declarações à comunicação social pelo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, qual o motivo para que a concessão não tenha ainda sido concretizada?
O CDS-PP também deseja saber “o que falta para que o concurso seja lançado” e quando é que o processo de concessão do Convento de Santa Clara-a-Nova estará concluído.
O REVIVE é um programa conjunto dos ministérios da Economia, da Cultura e das Finanças, em colaboração com as autarquias abrangidas, que prevê ceder imóveis públicos a privados para serem recuperados e usados para atividades económicas.
No âmbito do REVIVE, foram lançados, até ao momento, um total de 18 concursos no país, anunciou hoje o Governo.
A informação surgiu no dia em que o gabinete do ministro Adjunto e da Economia revelou que a recuperação e transformação do Convento do Carmo, em Moura (Beja), num hotel de quatro estrelas foi adjudicada à gestora do hotel Convento do Espinheiro, de Évora, num investimento de seis milhões de euros, foi hoje revelado.
Segundo o ministério, atualmente, estão abertos os concursos para a concessão do Mosteiro de Lorvão, em Penacova, do Castelo de Vila Nova de Cerveira e do Forte da Ínsua, em Caminha.
Os “próximos concursos” a lançar vão abarcar o Mosteiro de Travanca (Amarante), o Santuário do Cabo Espichel (Sesimbra) e o Forte da Barra de Aveiro (Ílhavo), acrescentou hoje o Governo, que assim volta a não dar novidades sobre o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova.
Ontem, Notícias de Coimbra questionou o Turismo de Portugal, mas esta entidade ainda não respondeu às nossas perguntas.
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