Coimbra
Mosteiro de Coimbra parcialmente afeto a bienal de arte após requalificação
A Câmara de Coimbra aprovou hoje uma proposta de colaboração com o Estado e o Turismo de Portugal para requalificação e aproveitamento turístico e cultural do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova no âmbito do programa REVIVE.
Uma parte do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, na margem esquerda do rio Mondego, “deverá ficar afeta” à AnoZero – Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra.
A proposta foi aprovada por maioria, com abstenção do vereador da CDU, Francisco Queirós.
“Mais uma vez, a política do património está sujeita ou subordinada à política de turismo, em vez de intensificar a ligação cultural entre as populações e o património, integrar o património edificado na vida e no quotidiano, que resultasse numa valorização e preservação, vivida e fruída coletivamente”, afirmou.
Francisco Queirós disse que, “aparentemente, a requalificação do imóvel fica a cargo da entidade privada concessionária”, mas – sublinhou – “bem se sabe que será feita com linhas concedidas por financiamentos comunitários que são, por sua vez, públicos”.
José Manuel Silva, do movimento Somos Coimbra, desvalorizou a proposta, alegando que “não é novo” o objetivo de o mosteiro medieval, tal como outros monumentos nacionais, serem requalificados com a participação de entidades privadas.
Em resposta às questões levantadas pela oposição, a vereadora socialista da Cultura, Carina Gomes, disse que caberá ao concessionário “definir os termos e as condições com o Estado português” para a requalificação e a utilização parcial do monumento.
“O município não é responsável pelo lançamento do concurso público, nem pelo caderno de encargos. Estamos a auxiliar o Estado, uma vez que temos um conhecimento maior do edifício”, explicou.
O protocolo de colaboração aprovado pelo executivo “prevê os termos e as condições de afetação de uma parte do edifício” à instalação, funcionamento e realização da AnoZero.
Em setembro de 2016, o Governo lançou o programa REVIVE, numa iniciativa conjunta dos ministérios da Economia, da Cultura e das Finanças para “promover a requalificação e o aproveitamento turístico de um conjunto de imóveis do Estado com valor arquitetónico, patrimonial, histórico e cultural que se encontram inativos”.
A segunda edição da AnoZero, realizada em 2017, “teve grande parte do seu programa expositivo no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, numa ação concertada entre as entidades organizadoras” – Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, Câmara e Universidade de Coimbra – e as entidades competentes do Estado.
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