Portugal
Morreu o psiquiatra António Bento
O psiquiatra António Bento morreu no sábado, aos 69 anos, vítima de uma doença de “evolução breve”, anunciou hoje o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa (CHPL), onde desempenhou funções como chefe de serviço entre 2001 e 2021, quando se aposentou.
António Bento iniciou a vida profissional no Hospital Júlio de Matos e passou pelo Hospital do Barreiro.
“A sua vida está intimamente ligada à população em situação sem-abrigo, com quem começou a trabalhar em 1988”, lê-se numa nota divulgada pela instituição.
Em 1994, foi pioneiro na criação da equipa de rua da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e, em 2002, no CHPL, criou o Grupo Psicoterapêutico Aberto, que tem acolhido “centenas de pessoas com doença psiquiátrica grave e socialmente excluídas”.
Dos trabalhos que publicou, o CHPL destaca “Sem-Amor, Sem-Abrigo” (2002), em coautoria.
“Tornou-se uma figura incontornável no trabalho com pessoas em situação sem-abrigo em termos nacionais, através da colaboração permanente com o Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo (NPISA) e múltiplas entidades, tendo-lhe sido atribuída uma medalha de mérito social pela autarquia de Lisboa em 2018”, de acordo com a mesma fonte.
A nível internacional, integrou desde 1992 a organização SMES (Saúde Mental e Exclusão Social), que reúne profissionais e organizações com um foco na interação entre a saúde mental e os processos de exclusão social.
“Tocou a vida de muitas pessoas, para melhor. Continuou a dinamizar o Grupo Aberto e a fazer saídas de rua até à sua aposentação. Deixa um legado de entusiasmo e dedicação às pessoas em situação sem-abrigo que quem o conheceu não esquecerá”, sublinhou a instituição.
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