Política

Montenegro declara-se “o maior defensor” do Acordo com Mercosul

Notícias de Coimbra com Lusa | 17 horas atrás em 20-02-2025

O primeiro-ministro português declarou-se hoje “o maior defensor” do Acordo com o Mercosul entre os 27 chefes de Estado e de Governo da União Europeia, e insistiu que o bloco europeu tem de aproveitar esta oportunidade.

Luís Montenegro discursava num Fórum Empresarial Brasil-Portugal, em que participou também o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP).

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Na sua intervenção, o chefe do Governo PSD/CDS-PP considerou que deve haver no comércio externo “regras mais expeditas, maior facilidade, menos burocracia, menos complexidade, uma boa reciprocidade, nomeadamente nas taxas alfandegárias”.

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“Nós queremos ter essa reciprocidade. Mas é por causa disso que eu sou, efetivamente, talvez, perdoem-me aqui a imodéstia, o maior defensor, dos 27 chefes de Estado e de Governo que se reúnem no Conselho Europeu, da implementação do Acordo do Mercosul”, afirmou, em seguida.

Segundo o primeiro-ministro, “se a Europa não for capaz de agarrar” esta oportunidade, “vai mostrar fraqueza, fragilidade, incapacidade de se afirmar como um grande ‘player’ comercial e político no mundo”.

“E eu, que sou europeu, sou uma 27.ª parte do Conselho Europeu, digo isto aqui da mesma forma e com a mesma frontalidade que digo à mesa com os outros 26 quando estou em Bruxelas”, acrescentou.

Luís Montenegro argumentou que defesa do Acordo UE/Mercosul não corresponde apenas ao interesse de Portugal e do Brasil, mas também das “regras de comércio livre, mas justo, de regras de reciprocidade, de regras em que a capacidade produtiva das economias assenta na mesma base, assenta nos mesmos pressupostos”.

“Nós todos devemos produzir preferencialmente com energia que não seja ofensiva do meio ambiente. Nós devemos preferencialmente ter métodos produtivos que garantam a saúde pública. Nós não podemos ter no comércio internacional uma concorrência desleal entre aqueles que têm custos de produção porque são onerados com as exigências sanitárias e ambientais e aqueles que não têm esse ónus e que, portanto, têm uma vantagem comercial maior”, exemplificou.

O primeiro-ministro referiu “este Acordo do Mercosul é a expressão de uma aliança entre mais de 720 milhões de pessoas, entre economias pujantes, entre um espaço comercial transatlântico”.

“[Constitui] uma oportunidade de as nossas economias estarem menos dependentes de outros blocos comerciais que muitas vezes criam, na base dessa dependência, constrangimento ao nosso crescimento, é uma oportunidade que nós temos que agarrar”, sustentou. 

Já na quarta-feira, em conferência de imprensa conjunta com o Presidente Lula da Silva, no fim da 14.ª Cimeira Luso-Brasileira, no Palácio do Planalto, em Brasília, Luís Montenegro prometeu uma defesa intransigente na União Europeia (UE) da implementação do acordo com o Mercosul.

Luís Montenegro advertiu os parceiros europeus de que, “se não for implementado” este acordo, o Mercosul – de que fazem parte o Brasil, a Argentina, o Uruguai e o Paraguai – “é um espaço que fica aberto a outros blocos comerciais”. 

“Os europeus, se não tiverem a capacidade de o implementar, depois não se podem queixar de ver outros blocos comerciais invadir de forma não regulada, de forma não leal do ponto de vista da concorrência, do comércio internacional o espaço que não tiveram a capacidade de ocupar”, acrescentou.

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