Justiça
“Monstro” de Aguiar da Beira está de castigo na prisão de Coimbra
Pedro Dias, o triplo homicida de Aguiar da Beira, foi colocado numa cela disciplinar há quatro meses depois de ter sido encontrado com um telemóvel no estabelecimento prisional.
Quem deu conta da informação foi o Correio da Manhã.
PUBLICIDADE
Recorde-se que o criminoso ficou conhecido, em 2016, quando elaborou uma fuga mediática à polícia que durou 28 dias.
Foi acusado de dois crimes de homicídio qualificado, três de homicídio qualificado na forma tentada, três de sequestro e um de roubo.
Foi o homem mais procurado de Portugal. Matou três pessoas, deixou um GNR com uma bala na cabeça e sequestrou uma mulher que teve um AVC um mês depois.
Tudo começa a 11 de outubro. Dois militares são enviados para uma operação em Aguiar da Beira e são surpreendidos no local por Pedro Dias. Um deles, é morto com um tiro na cabeça. O outro fica ferido e é obrigado a conduzir o carro-patrulha com o corpo do colega no porta-bagagens. Percorridos vários quilómetros, Pedro Dias amarra o militar ferido a uma árvore.
Mais tarde, na mesma estrada, ataca um casal para lhes roubar o carro. O homicida dispara à queima roupa. O homem tem morte imediata e a mulher fica em estado crítico, acabando por morrer.
Está montada uma caça ao homem. Até que é visto em Arouca, mas escapa às autoridades. Volta a cometer mais crimes. Sequestra uma mulher e um homem numa casa desabitada. Ao volante de uma carrinha, escapa às barreiras policiais. A GNR persegue-o e fica muito próxima de o apanhar, mas perde-lhe o rasto.
A PJ encontra o carro roubado. No interior da viatura está um par de calças com vestígios de sangue, o que pode significar que o homicida está ferido.
O cerco chega ao fim na noite quando o homicida se entrega às autoridades, em Arouca. Os advogados combinam a entrega.
Após quase um mês em fuga, o homem entregou-se às autoridades, mas nega ter cometido os crimes de Aguiar da Beira. O suspeito disse à RTP que se entregou porque teve medo de ser abatido: “Fui perseguido como um animal”.
Durante a fuga, a PJ encontrou várias cartas que Pedro Dias terá escrito à família, nas quais assume a autoria dos crimes e pede desculpa aos pais, à filha e à companheira. “Podia ter-me entregue mais cedo, mas sabes deu-me um certo gozo que não soubessem do meu paradeiro e eu aqui tão perto”, pode ler-se no CM.
“Devia ter procurado ajuda e uma vez mais não o fiz, agora é tarde demais. Naquela noite, que ainda é uma confusão para mim, eu encontrava-me a dormir estourado, como vinha a acontecer há algum tempo, quando fui interpelado pela GNR”, como consta na notícia.
Está detido na cadeia de Coimbra desde 2019.
Related Images:
PUBLICIDADE