Universidade
Ministros da Cultura e da Ciência defendem aproximação das universidades às Artes
A ministra da Cultura, Graça Fonseca, e o ministro da Ciência, Manuel Heitor, defenderam hoje a importância da aproximação das instituições do Ensino Superior à Cultura, considerando que estas devem ser “a língua comum” para estudantes e professores.
“Podemos todos concordar que a universidade e a Cultura devem ser a língua comum entre todos os que estudam e todos os que ensinam”, afirmou hoje Graça Fonseca, no encerramento da Cimeira Europeia Universidade & Cultura, desenvolvida no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia (UE).
Também o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, salientou que a Arte e Cultura vão ser “uma das transformações” das universidades, ao diversificarem e facilitarem o acesso e inclusão dos estudantes.
Organizada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e pelo Plano Nacional das Artes, com a Universidade do Porto, a cimeira, que se iniciou na segunda-feira, visava debater o papel crucial e democrático que as artes podem desempenhar no reposicionamento das universidades da UE no mundo.
Durante o encerramento da cimeira, onde foi apresentada a “Declaração do Porto – Universidade & Cultura”, que prevê, no próximo ano letivo, a integração de novas unidades curriculares nos planos de estudo e a criação do Corredor Cultural do Porto, os dois ministros salientaram a importância da iniciativa.
A “Declaração do Porto – Universidade & Cultura” ficará aberta a discussão entre abril e setembro, estando prevista, para dezembro, a sua apresentação.
“Gostava de aplaudir o anúncio de novas unidades curriculares que resultam de parcerias com as instituições culturais locais e do Corredor Cultural do Porto. Este tipo de parcerias são fundamentais e devem ser alargadas”, referiu a ministra da Cultura, acrescentando que a cimeira abriu portas para “novas direções e interpretações” neste campo.
Já Manuel Heitor salientou a “relevância” da iniciativa, defendendo que esta “ganhou vários apoiantes” durante a cimeira, e adiantando que, no decorrer da iniciativa, vários “’stakeholders’ da área da inovação e ciência se vão juntar para melhor delinear estratégias”, no âmbito do programa Horizonte Europa.
Na sessão, a vice-reitora da Cultura da Universidade do Porto (UP), Fátima Vieira, disse ser o “inicio de algo novo”, num misto de “entusiasmo e de responsabilidade”.
“A Arte e a Cultura são fatores transformadores da academia, e este é o momento. Temos todas as ferramentas necessárias, só precisamos de nos juntar e criar grandes projetos”, disse.
Antes da sessão de encerramento, a cimeira contou com a intervenção da diretora do Museu Peabody de Arqueologia e Etnologia, de Harvard, nos Estados Unidos, a museológica Jane Pickering, que defendeu a necessidade de os museus terem a “responsabilidade de ser o coração das universidades”.
“Os museus universitários podem ajudar e criar oportunidades nas várias disciplinas”, disse, acrescentando que estas instituições precisam de ter “ambição” para também chegarem às comunidades locais.
Durante os dois dias, a Cimeira Europeia Universidade & Cultura contou ainda com intervenções do comissário do Plano Nacional das Artes, Paulo Pires do Vale, do reitor da Universidade do Porto e presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), António de Sousa Pereira, da comissária Europeia para a Inovação, Mariya Gabriel, da comissária Europeia para Coesão e Reformas, Elisa Ferreira, e do presidente da Associação das Universidades Europeias, Michael Murphy.
O ensaísta Alberto Manguel, do Centro de Estudos da História da Leitura, em Lisboa, o filósofo e investigador Daniel Innerarity, professor de Ciência Política da Universidade do País Basco e da London School of Economics, foram outros dos intervenientes, assim como o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira.
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