Ministro do Ambiente garante qualidade da água após os fogos
O ministro do Ambiente desvalorizou hoje o risco de as cinzas provenientes dos incêndios das últimas semanas no centro do país contaminarem fontes de água potável, nomeadamente o rio Zêzere.
José Matos Fernandes falava perante os deputados da Comissão Parlamentar de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, onde esteve para uma audição regulamentar.
Respondendo a uma questão colocada pelo deputado Carlos Matias, do Bloco de Esquerda, o ministro afirmou que “o plano de segurança da água garante que não haverá problema”.
Carlos Matias alertou para os danos dos incêndios que afetaram os municípios de Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera, Góis e Pampilhosa da Serra, que afetaram 50 mil hectares de solos e que estão agora saturados de cinzas.
“Foi uma catástrofe humana, económica e ambiental”, lamentou Carlos Matias, alertando que os solos estão agora mais sujeitos à erosão e que as próximas chuvas farão deslocar as cinzas na zona da bacia do rio Zêzere, “onde é captada a água para Lisboa”.
Matos Fernandes salientou que o controlo da qualidade da água funciona e que há a capacidade para remover os resíduos que escorram para o rio: “Não há qualquer sobressalto”, garantiu.
O ministro indicou ainda que já está a decorrer o processo de contratação de 20 novos vigilantes da natureza, postos a que concorreram “mais de mil candidatos” e que em julho deverão estar preenchidos, e que ainda serão admitidos mais 30 este ano.
Defendeu que o despovoamento é o maior risco para o património natural português e apontou que as áreas protegidas representam 8% do território nacional.
Para as áreas protegidas, o Governo propõe a cogestão com os municípios e organizações não-governamentais, planos de ordenamento e recuperação específica de ‘habitats’ afetados por incêndios, como aconteceu com o Parque Nacional da Peneda Gerês.
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