Médicos
Ministro da Saúde de surpresa no Hospital de Aveiro para ver a urgência
O ministro da Saúde, Paulo Macedo, fez hoje uma visita por várias urgências hospitalares, para analisar “in loco” que medidas estão a ser tomadas, face a picos de afluência.
Após se deslocar a Coimbra, o ministro fez uma visita de surpresa à urgência do Hospital de Aveiro, onde recentemente se registaram problemas de longos tempos de espera e macas imobilizadas, enquanto lhe iam sendo também transmitidos os dados da afluência de outros hospitais.
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Quanto ao de Aveiro, além dos elementos que foram transmitidos pelos responsáveis, Paulo Macedo falou diretamente com doentes, perguntando-lhes há quanto tempo estavam à espera e as razões de recorrerem à urgência.
Sobre as situações de congestionamento vividas no período de Natal e Ano Novo, o ministro disse serem “indesejáveis”, mas observou que afetaram doentes de menor gravidade.
“O Hospital atende cerca de 300 adultos e cem crianças, em média, por dia. O que acontece é que há dias em que temos mais cem urgências e estamos a falar de receber mais 30%, o que levará sempre a alguma necessidade de ajustamento e conduz a esperas indesejáveis, mas que, apesar de tudo, são nos doentes menos graves”, comentou.
O ministro observou, por outro lado, que há mais idosos a recorrer à urgência, por vezes com resistência aos tratamentos, o que leva a que passem mais horas no Hospital, porque necessitam de mais meios complementares de diagnóstico.
“Continuamos com situações de espera inapropriada, mas são nos casos menos graves. Os [portadores de fita] vermelha e laranja [conforme o método de triagem de Manchester] têm uma resposta claramente atempada”, disse.
Segundo Paulo Macedo, as dificuldades nas urgências hospitalares não se devem à falta de médicos: “Temos em alguns lados recursos abundantes: o Centro Hospitalar Universitário de Coimbra tem dois mil médicos. Não é de certeza falta de recursos. Podemos sempre precisar de alguns especialistas aqui e ali, mas temos hoje uma situação melhor, em termos de infraestruturas da urgência e em termos de profissionais”.
Para o ministro, a solução passa por melhorar a organização de circuitos e retirar da urgência casos não urgentes, como os gripais, para cujo atendimento pretende prolongar, temporariamente, a abertura dos centros de saúde.
“Quando aqui houve um tempo de espera além do normal, estava-se a dever à dificuldade em passar as pessoas para a Medicina Interna. Temos uma parte que tem a ver com o circuito de organização, de como receber e transferir os doentes das macas e também a possibilidade de os passar mais rapidamente para internamento. O Hospital abriu mais camas nesse sentido, o que veio facilitar”, comentou.
A administração hospitalar pretende criar mais uma sala de triagem e “via verde coronária e de trauma”, o que implica a reorganização do espaço da urgência, ou seja, obras, mas o ministro não se comprometeu.
“Em termos de infraestruturas temos de ver se precisa de ser objeto de investimento, o que vamos analisar”, respondeu.
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