Políticos

Ministra da Cultura lamenta morte de João Luís Oliva

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 horas atrás em 24-10-2024

A ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, lamentou hoje a morte do professor João Luís Oliva, antigo docente de História e Cultura Portuguesa Contemporânea da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, que lembrou como “defensor da inclusão pela cultura”.

PUBLICIDADE

Dalila Rodrigues, numa ‘nota de pesar’ divulgada pelo seu gabinete, recorda o “autor de uma obra reconhecida na área da História das Ideias”, que “contribuiu para o entendimento das relações entre o pensamento, a cultura e a política”.

A ministra da Cultura destaca o “espírito crítico” de João Luís Oliva, reconhecido pela comunidade científica, e lembra o professor, que esteve no núcleo fundador do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra, como “defensor da inclusão pela cultura e da desconcentração dos espaços de criação artística”.

PUBLICIDADE

publicidade

A cidade de Viseu deve muito à atividade e ao pensamento de João Luís Oliva, escreve Dalila Rodrigues, dando como exemplos a ação do coautor do “Mapa Etnomusical de Portugal” no Teatro Viriato – Centro de Artes do Espetáculo de Viseu.

Editor, professor, “mas sempre aluno, andarilho”, como se definiu na “autobiografia” (2014), João Luís Oliva morreu hoje, em Viseu, aos 68 anos, disse à agência Lusa um dos diretores da Associação Cultural e Recreativa de Tondela (ACERT), com a qual trabalhou.

Oliva, que nasceu em Viseu em 1956, “era um plantador de afetos e de um nível de inteligência e de pensamento livre muito dilatado”, realçou à Lusa o codiretor da ACERT José Rui Martins, lembrando que, “além do seu currículo do ponto de vista artístico, João Luís Oliva escreveu a arte”.

A sua bibliografia inclui títulos como “O domínio dos Césares. Ensino do Direito Eclesiástico na Faculdade de Direito de Coimbra” (Colibri, 1997), “Oliveira Martins e o socialismo catedrático” (Universidade de Coimbra, 1999) e “ACERT XI – O Fio, a Trama e a Urdidura” (Afrontamento, 2017), sobre os 40 anos de trabalho da associação cultural de Tondela.

Em “Artes e Ideias da Desconcentração” (Ler Devagar, 2015), João Luís Oliva defende que “uma política cultural que se preocupe em alargar a geografia e a eficácia social das manifestações artísticas, em lugar de descentralizar o centro, deve contribuir para desconcentrar os pólos de criação e produção”, ou seja, “multiplicar os centros e, então, possibilitar a itinerância e troca entre eles”.

O nome de João Luís Oliva está associado à edição em chancelas como A Regra do Jogo, Alia, Ler Devagar. Escreveu para publicações científicas, nacionais e locais, que vão da Revista da Universidade de Coimbra, ao Jornal do Centro e ao Jornal de Letras, Artes e Ideias.

Fez trabalho para a Fonoteca Municipal de Lisboa, o Museu Cavaquinho, esteve associado à produção de álbuns como “Galinhas do Mato”, de José Afonso, “Acústico”, “Faz de Conta” e o livro-disco “Cavaquinho.pt”, de Júlio Pereira, para o qual escreveu “O cavaquinho. Tempos e modos, modas e lugares” (Tradisom, 2014).

O funeral de João Luís Oliva realiza-se no próximo sábado, a partir das 10:00, no Cemitério de Santiago, em Viseu, com a cremação marcada para as 12:00, segundo o anúncio da família, no Jornal do Centro.

Related Images:

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE