O ministro do Ambiente anunciou hoje, em Alijó, um investimento de 16,2 milhões de euros para intervir em 1360 quilómetros de rede hidrográfica de 57 concelhos afetados pelos incêndios em 2017.
“Em 57 concelhos nós vamos intervir em 1360 quilómetros de rede hidrográfica, aplicando, em conjunto com as autarquias, 16,2 milhões de euros, dos quais 4,2 milhões de euros já estão em execução, e dizem respeito à zona onde ocorreram os trágicos incêndios de Pedrogão”, afirmou João Pedro Matos Fernandes.
O governante presidiu hoje, em Alijó, distrito de Vila Real, à assinatura de protocolos com 18 municípios do Norte, que vão receber dois milhões de euros para investir em “projetos urgentes e inadiáveis” de regularização fluvial.
Depois, até à primeira semana de maio, serão assinados protocolos com autarquias do Centro do país, que vão receber quatro milhões de euros, e do Tejo, que vão receber seis milhões de euros.
As verbas são disponibilizadas ao abrigo do Fundo Ambiental e por intermédio da Agência Portuguesa do Ambiente.
“Trata-se claramente de prevenir e de criar um território mais resistente e trata-se mesmo de melhorar, introduzindo aqui técnicas de engenharia natural que já têm alguma robustez científica em Portugal, mas que não são tão comuns como isso”, afirmou.
João Pedro Matos Fernandes salientou que se vão fazer obras “sem betão”.
“A rede hidrográfica é fundamental na estruturação do território (…) O conjunto de ecossistemas que existem à volta desta mesma rede hidrográfica é absolutamente fundamental para estruturar o território e dar-lhe resiliência. Dito de outra forma, uma rede hidrográfica limpa, que tem nas suas margens a vegetação que é suposto ter, é mais resistente ao fogo”, referiu.
Para João Pedro Matos Fernandes, este é um “trabalho fundamental” para recuperar áreas que foram afetadas, como também algumas infraestruturas, como praias fluviais, pequenas pontes e açudes.
E é, acrescentou, “sobretudo muito importante como tarefa de prevenção estrutural contra incêndios”.
As intervenções e as verbas aplicadas em cada município são de dimensões diferentes, sendo que, por exemplo, para Oleiros, foi afetado um milhão de euros, e visam limpar as ribeiras para garantir as condições de escoamento e realizar intervenções em margens e nos taludes para diminuir o risco de erosão.