Ministério Público “conclui” que Ana Saltão é culpada. Pede 25 anos de prisão.
O Ministério Público acaba de pedir que Ana Saltão seja condenada a 25 anos de prisão. É culpada, conclui o procurador Jorge Leitão.
O pedido foi efectuado no final desta manhã de 12 de junho durante as alegações finais do julgamento da inspectora da Polícia Judiciária acusada de matar a avó do marido.
Da parte da tarde vão ser ouvidos os argumentos dos representantes do assistente e da arguida.
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Recordamos que Ana Saltão é acusada de no dia 21 de novembro 2012 ter vindo do Porto a Coimbra para disparar 14 tiros (+1) contra Filomena de Jesus Gonçalves. Matou por dinheiro, defende o Ministério Público.
A assassinada era uma velha comerciante do Mercado Municipal de Coimbra e avó do marido da inspectora, também ele inspector da PJ.
Ana Saltão volta a ser julgada depois de ter sido absolvida em primeira instância. “É mínima a probabilidade de a arguida ter cometido os crimes”, sentenciou na altura João Ferreira, o juiz que presidiu ao tribunal de júri. O Ministério Público não gostou da decisão deste tribunal de júri e recorreu para o Tribunal da Relação de Coimbra.
Em, 2015, o Tribunal da Relação de Coimbra decidiu em sentido contrário. Condenou Ana Saltão a 17 anos de prisão. Desta vez foi a defesa que não ficou satisfeita com a decisão e recorreu para o Supremo Tribunal de Justiça,
Já em 2016, o Supremo Tribunal de Justiça decidiu que o processo devia voltar ao Tribunal da Relação de Coimbra, entidade que ordenou a repetição do julgamento, de novo com jurados.
Jurados que são 8. 4 efectivos e 4 suplentes. Os efectivos são duas médicas, um assistente social e um músico. Uma desempregada, um engenheiro, um cozinheiro e um engenheiro constituem o grupo de suplentes.
Este segundo julgamento seguiu “o roteiro” do primeiro, com a defesa da inspectora a colocar em causa a forma como a Polícia Judiciária (não) investigou. Jorge Leitão, Procurador do Ministério Público avisou logo no inicio da primeira audiência: Não é a PJ que está ser julgada. É a arguida que está a ser julgada. Mónica Quintela respondeu: “O que se quer fazer neste julgamento é salvar a pele da instituição (PJ)”. Aqui não se vai descobrir quem matou, acrescenta, antes de concluir que este é um processo Neo Blanc (lixívia).
Ana Saltão decidiu falar durante o julgamento. Prestou depoimento sobre o seu modo de vida, as relações com a avó e o que fez nos dias da tragédia. Nada que já não se tenha ouvido em 2014. Serena, como sempre, na pose e estilo habitual, nunca se atrapalhou.
A Inspectora repetiu com precisão tudo o que tinha dito no primeiro julgamento. Lembrou, por exemplo, alguns episódios rocambolescos: O telemóvel que deixou de funcionar bem porque “levou com um copo de vinho”. O blusão usado no dia do crime e a eventual contaminação do mesmo na PJ. A queimadura na mão quando confeccionava uma omelete de espargos. A massagem num hotel do Porto. “Era daquelas românticas”, contou a arguida.
A arguida voltou a manusear uma pistola Glock (idêntica à arma do crime que nunca apareceu) em plena sala de audiências. Aconteceu para se esclarecer o caso da ferida na mão (que era visível à data do crime de Montes Claros). O Mistério Público entende o ferimento foi causado pelo uso da arma. A defesa sustenta que foi um acidente na cozinha. Não foi por causa de ter dado os 14 tiros, o “coice é levezinho”, conclui Mónica Quintela.
O julgamento da inspectora da Polícia Judiciária começou no dia 22 de maio de 2017.
O escritório de Alfredo Castanheira Neves representa o assistente Carlos Gonçalves de Almeida, tio do marido de Saltão, que não se conforma com o que aconteceu à avó.
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