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“Milhares de palavras” reúne letras escritas por Tim em quase 50 anos de carreira
Imagem: TIM © Carmo Monteiro
“Milhares de palavras” escritas pelo músico Tim, sobretudo para os Xutos & Pontapés, nos últimos 50 anos, foram reunidas num livro, no qual partilha que se aventurou pelas “letras completas” tendo Zé Pedro e Zé Leonel “como mestres”.
O livro “Milhares de palavras” reúne sobretudo letras que Tim escreveu para os Xutos & Pontapés, mas inclui também palavras que cantou em nome próprio, e quatro temas escritos para outros: Tais Quais, banda de que também faz parte, Teresa Salgueiro, Quinta do Bill e Carlos Moisés.
Num dos textos que abre o livro, Tim partilha que no início da carreira dos Xutos & Pontapés eram Zé Pedro e Zé Leonel, que pouco depois abandonou o grupo, que escreviam as letras das músicas.
Nessa altura, a Tim cabia ajudar nos refrãos, como aconteceu nas letras de “Sémen” ou “Não sou o único”.
Foi com “estes dois mestres”, Zé Pedro e Zé Leonel, que Tim se aventurou nas letras completas. “Quero mais” e “Toca e foge”, incluídas no álbum “78/82”, editado em 1982, foram as primeiras.
“Um belo começo”, considera Tim, que “seguia com atenção” o trabalho de outros escritores de canções, como António Manuel Ribeiro (UHF), Rui Reininho (GNR), Carlos Tê, Pedro Malaquias e, mais tarde, João Monge.
No livro estão letras de alguns dos temas mais populares dos Xutos & Pontapés, como “Remar Remar”, “Homem do leme”, “Conta-me histórias”, “Contentores”, “Circo de feras”, “À minha maneira”, “Para ti Maria”, “Dia de são receber”, “Chuva dissolvente”, “Para sempre” ou “Ai se ele cai”.
No livro, com edição de Jorge Pereirinha Pires, que assina o Prelúdio, as letras estão divididas por álbuns, e a maioria dos ‘capítulos’ têm pequenos textos introdutórios, com contextualização feita na primeira pessoa por Tim.
A carreira de Tim, enquanto músico, autor e compositor, confunde-se com a dos Xutos & Pontapés, banda de que faz parte desde o início.
O nascimento oficial dos Xutos & Pontapés aconteceu há 45 anos, em 13 de janeiro de 1979, no salão de baile dos Alunos de Apolo, em Lisboa, numa noite em que tocaram quatro músicas em pouco mais de cinco minutos.
Na altura, o grupo, que chegou a chamar-se Delirium Tremens e depois Beijinhos e Parabéns, integrava os jovens Zé Pedro, Kalú, Tim e Zé Leonel, influenciados pelo punk-rock que entrava em força na cena musical estrangeira.
Ao longo dos primeiros anos da década de 1980, em diferentes momentos, Zé Leonel abandonou o grupo, e entraram João Cabeleira e Gui.
Quarenta e cinco anos depois do primeiro concerto, o grupo persiste na música portuguesa com mais de uma dezena de álbuns e muitas canções que servem de âncora para um clã do rock com milhares de fãs de várias gerações.
Mesmo depois da morte do guitarrista Zé Pedro, em 2017, a banda manteve-se ativa, em palco e em estúdio, com Tim (vocalista e baixista), João Cabeleira (guitarrista), Gui (saxofonista) e Kalú (baterista).
Na década de 1990, Tim fez parte dos Resistência e dos Rio Grande, e editou o primeiro álbum a solo, “Olhos meus”.
Seguiram-se “Um e o outro”, em 2006, “Braço de Prata”, em 2008, e “Companheiros de aventura”, em 2010.
Tim faz também parte dos projetos Cabeças no Ar, Tais Quais e SVT, além de ter colaborações com vários artistas.
O livro “Milhares de Palavras”, editado pela Minotauro, já está nas livrarias.
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