Coimbra
Mercado de Góis recomeça após dois meses com vendedor solitário
O mercado de Góis regressa à normalidade na terça-feira, após quase dois meses em que um vendedor solitário compareceu semanalmente no local do seu negócio, disse hoje a presidente da Câmara à agência Lusa.
Lurdes Castanheira explicou que a autarquia “não teve necessidade” de cancelar a realização do mercado, no âmbito das medidas de combate à pandemia da covid-19, já que “as pessoas deixaram de aparecer”.
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Enquanto vigorou o estado de emergência, renovado duas vezes pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, totalizando 45 dias, “os comerciantes e os utilizadores, eles próprios, foram deixando de aparecer” no local onde os feirantes costumam negociar em cada terça-feira.
Apenas um deles, um homem que vende árvores e espécies agrícolas para replantação, com as devidas precauções de proteção individual, continuou a apresentar-se, junto ao rio Ceira, uma vez por semana.
“Neste período, o mercado era todo dele”, contou a presidente da Câmara, confirmando o aumento da procura de plantas para a agricultura, nas últimas semanas.
Na segunda-feira, com a passagem do estado de emergência a calamidade pública, “todos as portas do comércio de Góis se abriram”, exceto dos restaurantes, concedendo a esta vila do distrito de Coimbra um ambiente de “Fénix renascida”, acrescentou.
“Chegámos a ter oito infetados com covid-19 em vigilância ativa. Neste momento, são três”, informou Maria de Lurdes Castanheira, que cumpre um terceiro mandato na liderança do município.
Ao todo, houve 10 casos de infeção em Góis, entre os quais duas idosas com mais de 90 anos, que acabaram por morrer.
“Temos cinco doentes recuperados e três ainda em isolamento”, adiantou a autarca.
Todas as infeções pelo novo coronavírus ocorreram em duas das quatro freguesias do concelho: Góis e Vila Nova do Ceira.
“Não temos um único caso nas instituições particulares de solidariedade social (IPSS)”, declarou.
O atendimento presencial nos serviços municipais vai ser retomado na segunda-feira, ao abrigo de alterações ao plano de contingência da autarquia que Lurdes Castanheira divulgará hoje.
No entanto, algumas situações urgentes já estão a ter tratamento presencial, com prévio agendamento.
Na segunda-feira, “toda a gente retoma o trabalho normal”, na Câmara Municipal, “mas com regras”, incluindo serviço por turnos e jornada contínua de seis horas.
“Nestes 50 dias, numa situação atípica, nunca deixámos de fazer o trabalho normal” nos Paços do Concelho, disse Lurdes Castanheira.
No entanto, noutras áreas, designadamente ao nível das obras e projetos vários, houve “muita coisa que não foi possível” realizar.
“Vamos fazer um esforço redobrado para recuperarmos, na medida possível”, defendeu.
Lurdes Castanheira expressou “alguma preocupação” com a aproximação da época balnear, dos meses quentes e com um maior risco de incêndio, num concelho montanhoso do interior que dispõe de duas praias fluviais certificadas e que foi afetado pelos fogos de 2017.
“Não temos ainda informação suficiente para definirmos um caminho”, concluiu, relativamente à retoma da atividade turística e à necessidade de prevenir os incêndios florestais.
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