Saúde
Médicos internos iniciam greve de dois dias por melhores salários
Os médicos internos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) iniciam hoje uma greve de dois dias convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM) para exigir melhores salários e a valorização profissional para efeitos de progressão na carreira.
A paralisação, que abrange pela primeira vez médicos em pós-formação para obtenção da especialidade, insere-se num quadro mais vasto de greves, em várias modalidades e regiões, promovidas pelo SIM até setembro para reclamar uma grelha salarial condigna para todos os médicos.
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Segundo o SIM, os médicos internos representam um terço dos clínicos do SNS, trabalham 40 horas por semana, auferem salários baixos (cerca de 7,66 euros/hora líquidos), fazem horas extra (remuneradas e não remuneradas), são escalados “nalguns casos” como especialistas e pagam do seu bolso a sua formação “não obstante a obrigação legal do Estado/SNS em assegurá-la”.
O SIM reivindica a integração do internato médico no “primeiro patamar da carreira médica”.
A paralisação, que se prolonga na quinta-feira, coincide com a greve às horas extraordinárias dos médicos de família, que deveria ter terminado na terça-feira, mas que continua até 22 de setembro.
Os médicos já tinham cumprido três dias de greve nacional, entre 25 e 27 de julho, e dois dias de greve na região Centro, a 09 e 10 de agosto.
O SIM já emitiu um pré-aviso de greve para 30 e 31 de agosto nas regiões do Alentejo, Algarve e Açores.
Em 10 de agosto, os sindicatos dos médicos e o Governo concluíram uma quinta reunião negocial extraordinária sem chegar a acordo sobre a revisão da grelha salarial, principal item do caderno reivindicativo apresentado à mesa das negociações, iniciadas em 2022.
À saída da reunião, o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, disse à Lusa que não havia razões para recuar nas greves previstas até setembro, alegando que a tutela mantém uma proposta de aumento salarial de 1,6% para a generalidade das carreiras.
De acordo com o Ministério da Saúde, a proposta do Governo significa, globalmente, um aumento de 24% da massa salarial dos médicos do SNS.
Segundo a tutela, os médicos hospitalares que integrarem a dedicação plena terão um horário de 35 horas semanais, a que acrescem mais cinco horas de trabalho por semana, e um aumento salarial que corresponde a dois níveis remuneratórios, a que acresce um suplemento previsto nesse novo regime de 20%.
O SIM entende que o novo regime de dedicação plena ao SNS proposto “é pouco atraente” para os médicos dada a carga horária prevista (300 horas extraordinárias anuais).
Uma nova reunião negocial entre sindicatos e Governo está agendada para 11 de setembro.
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