Médicos
Médicos do Centro querem esclarecer vacinações suspeitas
A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) ofereceu hoje a sua colaboração às autoridades para ajudar a esclarecer os “múltiplos casos suspeitos” de vacinações contra a covid-19.
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A “total disponibilidade” para o apoio técnico necessário ou de outro tipo foi manifestada pelo presidente da SRCOM, Carlos Cortes, em carta ao Inspetor-Geral das Atividades em Saúde, “em face das inúmeras notícias que têm vindo a público sobre o alegado desvio às regras previamente estipuladas no Plano de Vacinação contra a covid-19”, de acordo com comunicado hoje divulgado pela instituição.
“A SRCOM tem reiteradamente criticado a subversão dos critérios, os erros e ineficiências do Plano de Vacinação contra a covid-19”, adianta.
Para a “correta aplicação dos critérios de vacinação”, a SRCOM reitera ainda a sua disponibilidade técnica à Administração Regional de Saúde do Centro, aos hospitais públicos, aos agrupamentos de centros de saúde e às instituições de saúde do setor privado e social.
Em Portugal, morreram 13.017 pessoas dos 731.861 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
Autarcas, dirigentes de lares, funcionários da segurança social e do INEM estão no centro dos vários casos de vacinação indevida denunciados em vários pontos do país, alguns a ser alvo de inquéritos por parte do Ministério Público.
O primeiro caso de vacinação a violar os critérios estabelecidos no plano nacional a ser denunciado envolveu José Calixto, presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz, que justificou ter sido vacinado na qualidade de dirigente de um lar.
Depois de a atuação do autarca ter sido condenada pelo coordenador do plano de vacinação contra a Covid-19, Francisco Ramos, que considerou tratar-se de “um uso indevido da vacina”, sucederam-se os casos de outros autarcas como Francisco Araújo, presidente da Assembleia Municipal de Arcos de Valdevez e provedor da Santa Casa da Misericórdia local ou de Elisabete Adrião, vereadora da Câmara do Seixal e responsável pelo Núcleo Local de Inserção de Sesimbra (NLI).
Situação mais polémica verificou-se no Centro Distrital de Setúbal do Instituto da Segurança Social (ISS), cuja diretora, Natividade Coelho, apresentou a demissão, no dia 29 de janeiro, depois de na véspera a SIC ter noticiado que 126 funcionários daquele organismo público tinham sido vacinados indevidamente.
O Instituto da Segurança Social abriu um processo de averiguações urgente com vista ao apuramento dos factos e hoje, em resposta a uma pergunta da agência Lusa, Procuradoria-Geral da República, confirmou que este é um dos casos em que, até ao momento, o Ministério Público (MP) já instaurou inquérito.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República foram também já instaurados inquéritos relativamente aos casos que envolvem o INEM de Lisboa e o do Porto.
Nos últimos dias vieram ainda a público alegados usos indevidos de vacinas no Centro de Apoio a Idosos de Portimão (cujos órgãos sociais foram incluídos na lista dos prioritários), no Hospital Narciso Ferreira, em Vila Nova de Famalicão, (cujo administrador incluiu a filha e a mulher na lista de profissionais prioritários).
Estão ainda a ser investigados pelo Ministério Público o lar da Santa Casa da Misericórdia de Bragança, onde terão sido vacinados todos os órgãos sociais, e a Santa Casa da Misericórdia do Montijo, cujo provedor terá incluído a mulher na lista da vacinação.
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