Coimbra
Médicos afirmam que centros de Saúde não têm condições para ficar abertos até mais tarde
Setenta por cento dos médicos da região Centro, que responderam ao inquérito sobre o alargamento dos horários nas unidades de cuidados de saúde primários, assumem que os centros de Saúde não têm condições para ficar abertos até mais tarde tendo em conta a medida preconizada para aliviar as urgências hospitalares.
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Segundo o inquérito realizado pela Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, a propósito do sistema alargado de atendimento nos centros de saúde ativado no âmbito do Plano de Contingência para Temperaturas Extremas Adversas – Módulo Inverno 2015/2016, os resultados são categóricos.
Das respostas obtidas junto das Unidades de Saúde Familiar (USF) e Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) da região Centro, 70 por cento consideram que as unidades não têm condições para fazer esse alargamento com os recursos que têm. São vários os motivos invocados: a falta de recursos humanos, a falta de material, a ausência de segurança no centro de saúde, entre outros.
Questionados sobre esta medida excecional, 48 por cento dos inquiridos não concorda com o alargamento de horário, assumindo, aliás, que tal não ajudará a descongestionar as urgências hospitalares.
O mesmo inquérito realizado no Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Mondego (Unidades de Saúde Familiar e Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados) obteve resultados semelhantes. Das trinta e uma respostas obtidas, 47 por cento por cento afirma que não tem condições para fazer esse alargamento com os recursosque existentes. Para além da falta de recursos humanos, são invocadas outras dificuldades, nomeadamente a ausência de segurança no centro de saúde, ausência de equipas de limpeza, falta de material e a existência de profissionais sobrecarregados.
Para o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, “este inquérito é importante para perceber o impacto da medida implementada no âmbito do Plano da Gripe. São os profissionais, afinal, quem melhor conhece a realidade dos cuidados de saúde primários”. Na sua opinião, “não basta dar, apenas, mais responsabiliaddes aos centros de saúde, é preciso dotá-los, isso sim, de meios técnicos e recursos humanos para que os profissionais de saúde possam tratar adequadamente os seus utentes”.
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