Coimbra
Médicos e Governo em guerra por causa de patrocínios
A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), tendo em conta a proibição de patrocínios por parte de fornecedores da saúde nas instalações do Serviço Nacional de Saúde, repudia esta medida encapotada de falsa moralidade por parte da tutela.
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“Através de um diploma surpreendente – Decreto-Lei 5/2017 de 6 de janeiro — a formação médica contínua será fatalmente prejudicada, esvaziando-a dos hospitais públicos e desviando-a para o sector privado ou instalações hoteleiras sob um manto de fingimento e de moralização. Tal resulta, ainda, na desqualificação da capacidade de decisão dos conselhos de administração e direções clínicas que o próprio Ministério da Saúde nomeou”, critica o presidente da SRCOM.
Carlos Cortes assume, em tom crítico: “A responsabilidade de definir a essência e os limites da sua profissão deve ser dos médicos e não de dirigentes totalmente alienados da realidade e dos problemas do dia a dia. Esta proibição, que agora entrou em vigor, a pretexto de uma bitola de transparência, isenção e imparcialidade no setor da Saúde resultará em graves prejuízos para todas as atividades de natureza científica às quais a tutela nunca garantiu qualquer apoio”.
Ao esvaziar as unidades públicas de Saúde da formação médica contínua, o Ministério da Saúde está a desprezar os médicos e, por consequência, os doentes. “O Ministério da Saúde financiará a formação clínica pós-graduada ou está, simplesmente, a querer desviar congressos e reuniões científicas exclusivamente para espaços privados?”, questiona o presidente da SRCOM. “Esta golpada em forma de decreto-lei tem de ser revogada”, exorta Carlos Cortes.
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