Coimbra
Médicos acusam hospital de Coimbra de não agir contra assédio moral
Médicos acusa hospital
“Dois dos casos, relativos a uma médica de imuno-hemoterapia e uma de neurocirurgia, ainda não têm qualquer solução à vista”, afirma o sindicato em comunicado.
As duas profissionais, “regressadas ao trabalho após gozo de licença de maternidade, um dos períodos mais importantes na vida familiar, viram-se numa situação de afastamento da sua área de diferenciação por imposição dos superiores hierárquicos”.
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Estes responsáveis “forçaram o seu isolamento face a outros colegas e estando sujeitas a comportamentos humilhantes, vexatórios e atentatórios da mais elementar dignidade do trabalhador e cidadão”, segundo o SMZC, filiado na Federação Nacional dos Médicos (FNAM).
“Estas atitudes têm ocorrido de forma sistemática e reiterada com consequências gravosas na saúde física e psíquica das trabalhadoras médicas, bem como na sua vida pessoal, familiar, social e profissional”, lamenta, indicando que, “até ao momento, não houve qualquer intervenção ativa por parte do conselho de administração (CA) do CHUC nos processos denunciados e identificados há mais de um ano” e que o sindicato acompanha.
Um dos casos foi denunciado pela primeira vez em março de 2018, “tendo dado entrada queixa formal em setembro de 2018”, com apoio do gabinete jurídico do SMZC.
O assunto “foi novamente abordado em reunião com o presidente do conselho de administração do CHUC”, em 22 de fevereiro de 2019, tendo Fernando Regateiro informado que remeteu a análise da queixa para o Gabinete de Prevenção de Assédio Moral e Sexual da instituição hospitalar.
“É inadmissível que após mais de um ano de denúncia de assédio moral, crime previsto e punível até dois anos de prisão (artigo 163, nº 2 do Código Penal), nada tenha acontecido, remetendo-se o CA para um suposto relatório do seu Gabinete de Prevenção do Assédio que até à data ainda não chegou, em claro prejuízo das médicas denunciantes e dos utentes”, segundo a nota.
O sindicato salienta que o assédio no local de trabalho “é um fenómeno preocupante, de crescente visibilidade e que é causa de incapacidade e morbilidade significativas”, sublinhando ainda “muitos dos casos não são denunciados pelas vítimas, pelo que a dimensão e gravidade do problema podem ser ainda maiores”.
A agência Lusa tentou obter a posição da administração do CHUC sobre estes casos, o que até agora não foi possível.
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