O ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, disse hoje que já foi pedido aos vice-presidentes das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) para fazerem o levantamento dos estragos causados pela depressão Martinho no setor agrícola.
“Nós já pedimos aos vice-presidentes das CCDR, que também são os diretores regionais da agricultura, para fazerem o levantamento, ainda não temos o levantamento”, afirmou o ministro, que falava aos jornalistas em Vila Real, onde participou na apresentação do Plano Floresta 2050 – Futuro Mais Verde.
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José Manuel Fernandes explicou que, para os agricultores que tiverem um prejuízo por exploração ou por parcela acima de 30%, será aberto um aviso de apoio para a reposição da capacidade produtiva.
“Que também pode ser, aí um outro aviso, para a ajuda à perda de rendimento”, acrescentou.
Serão ainda analisado se serão necessários “alguns auxílios do Estado também para este objetivo”.
“Mas neste momento ainda não temos os dados, mas há esta garantia porque temos dois regulamentos aprovados que permitem esta atuação, um deles fruto da nossa intervenção em Bruxelas, que é o do apoio ao rendimento, que antes não existia, só existia para a reposição do potencial produtivo”, explicou.
Na quinta-feira, o secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) disse que a tempestade provocou danos em culturas, em estufas no Oeste e Alentejo, e que agora terão de ser contabilizados pelas autoridades.
“A tempestade danificou estufas, partiu árvores, estragou culturas. Especialmente nas estufas já tenho relatos de vários casos de destruição tanto aqui na Zona Oeste como no Litoral Alentejano”, disse Luís Mira à Lusa.
A passagem da depressão Martinho, com chuva, vento e agitação marítima fortes, provocou milhares de ocorrências no continente português, na maioria quedas de árvores e estruturas, sobretudo na madrugada de quinta-feira, quando vigoraram avisos meteorológicos laranja, o segundo nível mais grave.
Estradas, portos, linhas ferroviárias, espaços públicos, habitações, equipamentos desportivos, viaturas e serviços de energia e água foram afetados, em especial nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Centro e Sul, registando-se um ferido grave e perto de uma dezena de feridos ligeiros.
Na noite de quarta para quinta-feira, os ventos fortes ajudaram a propagar cerca de meia centena de incêndios rurais no Minho, sem registo de vítimas ou danos em habitações, numa época pouco propícia a fogos.
O cenário de chuva e vento fortes vai manter-se até sábado, segundo as autoridades.
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