Coimbra
Mau Tempo: Agricultores defendem apoios simplificados à imagem das ajudas pós-incêndios
A Associação Distrital dos Agricultores de Coimbra (ADACO) defendeu hoje apoios simplificados até cinco mil euros para os produtores afetados pela tempestade Leslie, bem como ajudas a fundo perdido.
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Uma delegação da ADACO entregou hoje, na Direção Regional da Agricultura do Centro, um caderno reivindicativo dirigido ao ministro da Agricultura, Capoulas Santos, no qual afirma que “não basta a ativação” das medidas de restauração do potencial produtivo, do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020.
“Essas medidas são manifestamente insuficientes”, disse à agência Lusa Isménio Oliveira, da direção da ADACO, considerando que, face aos milhões de euros de prejuízos, é necessário outro tipo de ajuda aos agricultores do Baixo Mondego afetados pela tempestade.
De acordo com o documento da associação, é necessário a atribuição de ajudas a fundo perdido pela perda de rendimentos, consideradas verbas no Orçamento do Estado para 2019 para apoiar os danos em culturas e estruturas agrícolas, assim como a instituição de uma candidatura simplificada para cobrir os prejuízos até cinco mil euros, à imagem do que foi feito para apoiar os agricultores afetados pelos grandes fogos de 2017.
A associação defende ainda um prazo de três meses para as candidaturas e que não seja preciso esperar pelo fim do prazo para se arrancar com os pagamentos.
“Conforme recebem as candidaturas, analisam, aprovam e pagam”, frisou Isménio Oliveira.
A ADACO defende ainda a dotação das direções regionais de agricultura de meios para garantir um célere atendimento dos produtores, bem como a retirada da exigência de um mínimo de 30% de prejuízo para as explorações agrícolas familiares serem apoiadas.
Para efeitos de candidatura ao PDR 2020, os agricultores reclamam que o pagamento dos apoios não deve ser efetuado mediante recibo, face à falta de capacidade financeira dos agricultores para suportar o investimento inicial.
“Os prejuízos dos agricultores, em grande parte, são acima dos 50 mil euros e eles estão descapitalizados”, alertou Ismédio Oliveira.
A passagem da tempestade tropical Leslie nas zonas mais afetadas de Portugal terá causado ventos de 180 a 190 quilómetros/hora, superiores aos registados nas estações meteorológicas oficiais, segundo estimativa do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Na Figueira da Foz, a rajada de 176km/hora foi a mais elevada registada nas estações meteorológicas do IPMA, em Portugal.
A passagem do furacão Leslie por Portugal, nos dias 13 e 14, onde chegou como tempestade tropical, provocou 28 feridos ligeiros e 61 desalojados.
A Proteção Civil mobilizou 8.217 operacionais, que tiverem de responder a 2.495 ocorrências, sobretudo queda de árvores e de estruturas e deslizamento de terras.
De acordo com as estimativas dos municípios mais afetados, os prejuízos ultrapassam os 80 milhões de euros.
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