“Abades de amar”. Ena Pá, 2000, ricos vocábulos. Poderosos e bem encaixados. E eu, perdido na minha adolescência e a pensar nas leituras de então. Pívea era palavra que me assombrava quando lia “Os Filhos da Droga”, livro de Christiane F., passado numa Alemanha psicadélica.
Lá descobri o significado de masturbação. Da intelectual que é, por estes dias, a que se pratica. Nem o senhor Diretor deste jornal me permitiria tal libertinagem.
Retomo “Os abades de amar e armar; orgulham-se apresentar a seguinte composição”, assim, como quem vai ao mar e a Aveiro, de onde chegam vagas e vagueiras. Vou ver a praia, terá dito Rui Ventura, ao ser ungido para liderar o Turismo do Centro, esse território de endógenos e experiências.
De conquilha posta, enfrento “Touro Raiano”, esse mural de Alfaiates, no Sabugal e que venceu o primeiro prémio da Street Art Cities. Riba Côa e aos franceses, vai-se a ver a história de Brás Garcia de Mascarenhas, que foi de Avô à Raia, Oliveira do Hospital acima e ei-lo governador. Dos Territórios, Anabela Freitas regressa às margens do Nabão.
O Côa, que é rio que até corre para cima, de sul para norte, e a “Companhia dos Leões da Beira” trazem novas pelejas.
Por lá, assomam, escrevo já calçado em milénio sacripanta, os russos. Diz-me a “VamoLáVer” que há um relatório governamental alemão que aponta para um aumento significativo de desinformação na plataforma X através de bots russos.
Antes das eleições na Alemanha. E não querem por lá ver que vem lá mesmo touro raiano?
O Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão identificou a operação, são notícias falsas, contas dormentes e conteúdo gerado por IA para difundir narrativas do outro mundo. E digo-o com o saber feito de quem programa.
Falso, talvez verdadeiro, Rui Ventura vem de Riba Coa, ao mar e desembarca a 27 de março. Chamam-lhe “eleição do novo presidente”, contudo já terá vencedor anunciado. Haverá um acordo.
Templário abalado, espuma dos dias varrida e ei-lo novo. Um fim de mandato, outro começo de mandato e o turismo é uma Ventura. Que da defesa, isso é com as gentes da raia. Cá nós, armas, só se for com uma “linha de financiamento própria para a União Europeia investir em segurança e defesa”. Vai negro o monte,
A Comissão Europeia quer 500 mil milhões de euros na defesa ao longo da próxima década e nós, olha, a dívida pública portuguesa subiu 8800 milhões de euros, em relação a 2023. Não há bronze para os canhões.
Talvez o dinheiro se gaste naqueles gabinetes da Assembleia Municipal de Lisboa, cada um orçamentado a 12 mil euros e, disseram os jornais, “requisições à Câmara ilimitadas”.
Ena Pá. Doze mil. Citem-se os vigorosos: “Masturbação. A bem da nação!”.
OPINIÃO | AMADEU ARAÚJO – JORNALISTA
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