Política
Marisa Matias quer cortar-lhes onde lhes mais dói
A cabeça de lista do BE às europeias apelou hoje a que os portugueses cortem nos votos, que é onde mais dói àqueles que têm poder e retiraram o futuro ao país, considerando que “o PS não é alternativa”.
Naquela que considera ser uma das suas duas casas, Coimbra, Marisa Matias discursou num comício no penúltimo dia de campanha – que contou com presença e subida ao púlpito do fundador e militante do PS Alfredo Barroso – onde reiterou o apelo ao voto porque “a abstenção não resolve nada” e portanto a solução é ir às urnas no domingo.
“Aos que cortaram nos salários, nas pensões, na saúde, na educação, no estado social, nas nossas vidas, aos que nos cortaram país, aos que nos cortaram futuro, vamos cortar-lhes onde lhes mais dói, vamos cortar-lhes nos votos já que não se preocupam com a vida das pessoas”, pediu.
Na opinião da candidata do BE, se quem tem poder “consegue dormir bem à noite com pessoas neste país a dormir na rua, a passar fome” é preciso “cortar onde lhes dói mais, que é retirar-lhes poder”, atirando contra a direita.
“Quando se fala no voto alternativo uma coisa vos posso dizer: não é seguramente o voto no PS porque o PS não é alternativa”, garantiu ainda.
Voltando à crítica aos partidos do Bloco Central – PSD, PS e CDS – por terem feito para estas eleições uma campanha para aumentar a abstenção, Marisa Matias recordou uma frase que foi ouvindo ao longo destes dias: “O meu voto não muda nada”.
“E os votos que nas últimas eleições foram para o PSD e para o CDS não mudaram nada?”, questionou, dando logo depois a resposta que que mudaram “tudo para pior”, enumerando salários, pensões, impostos, estado social, serviço nacional de saúde e educação.
O voto muda muito, diz a eurodeputada recandidata, que defende que “todas as pessoas que votaram no PSD e no CDS” e que foram enganadas, “têm aqui a oportunidade de protestar e dizer: não foi para isso que votamos em vós”.
“O voto muda. Muda mesmo. É preciso é que agora mudem também de voto”, apelou, num discurso que terminou com a recordação de uma frase de Miguel Portas, que dizia que “o masoquismo não tem que ser o nosso desporto favorito”.
Alfredo Barroso, que nestas eleições europeias apoia o BE e manifestou as suas divergências com a atual direção do PS, começou o seu discurso com uma resposta ao seu partido: “Sou o militante número 15, ou se preferirem sou o sócio número 15 do PS e não podia ter escolhido melhor pátio [da Inquisição] para ser queimado pelos pequenos inquisidores que me têm feito provocações no Facebook nos últimos dias”.
O socialista atirou em várias direções, considerando que “esta gente perigosa e medíocre que está no poder não merece quaisquer contemplações” e por isso não deveria ser “confortada pelo PS com promessas de futuros acordos e alianças de Governo”.
Alfredo Barroso disse ainda que Cavaco Silva foi o pior Presidente da República que Portugal teve em 40 anos de democracia.
O fundador e militante do PS apresentou os motivos pelos quais decidiu apoiar a candidatura do BE ao Parlamento Europeu, sendo o deles a recusa, ao contrário dos socialistas, do tratado orçamental.
Em casa, o ex-deputado bloquista José Manuel Pureza considerou que o voto que “transforma a raiva em soluções concretas tem um nome muito claro” e chama-se o voto no BE, apelando a todos que pensam abster-se para que olhem para a Grécia porque o voto “pode mudar as nossas vidas”.
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