Cidade

Mário Frota defende no Brasil limites no acesso ao crédito do consumo

Notícias de Coimbra | 12 anos atrás em 04-10-2013

O  “nosso” especialista  em Direito do Consumo Mário Frota defendeu hoje medidas que limitem o acesso ao crédito do consumo no Brasil, seguindo o exemplo da União Europeia, que decidiu combater o sobre-endividamento das famílias.

O presidente da Associação Portuguesa de Direito do Consumo e diretor do Centro de Estudos de Direito do Consumo de Coimbra falava à agência Lusa a propósito da conferência “Crédito do Consumo na União Europeia”, que vai proferir na terça-feira, no Brasil, no âmbito de um seminário promovido, no município de Palmas, pelo Ministério Público e pelo Tribunal Superior do Estado do Tocantins.

PUBLICIDADE

publicidade

“Tentarei mostrar como se operou a inversão do paradigma na Europa, passando do crédito selvagem ao crédito responsável, com a promulgação de uma diretiva em plena crise, em 2008, e o afeiçoamento das leis dos estados-membros a um tal imperativo”, disse Mário Frota.

PUBLICIDADE

Para evitar o sobre-endividamento das pessoas que recorrem ao crédito ao consumo, importa “exigir precaução nos preliminares e uma publicidade transparente”, defendeu.

Naquele seminário, o docente universitário vai realçar “a exigência de informação pré-contratual exaustiva para um consentimento livre, fora de qualquer assédio e influência indevida”.

Fundador e presidente do Instituto Luso-Brasileiro de Direito do Consumo, Mário Frota lidera também o conselho diretor da Revista Luso-Brasileira de Direito do Consumo.

É necessário haver “responsabilidade das instituições financeiras e das sociedades de crédito, se acaso preterirem o poder-dever de avaliar a solvabilidade dos consumidores”, adiantou.

“A consagração de um dever de assistência ao consumidor, a fim de o habilitar a saber quais as consequências do seu ato, se contratar, e da sua responsabilidade em caso de incumprimento”, bem como “informação contratual em vista da conclusão do contrato e informação pós-contratual sempre que ocorram circunstâncias que determinem a alteração dos termos contratuais”, preconizou Mário Frota.

Outra das exigências é “a educação e a informação financeiras, na base de uma postura cívica de cada um e de todos no mercado financeiro”, referiu.

Estas e outras preocupações integram as intervenções que Mário Frota tem vindo a fazer, em várias cidades do Brasil, onde se encontra há mais de um mês em missão cultural.

Segundo uma reportagem que aborda o sobre-endividamento no maior país da América do Sul, divulgada pela Rede Globo, “uma em cada duas famílias brasileiras tem a renda (o rendimento) comprometida com prestações sem fim”.

No Brasil, “o cerco ao consumidor promete transformar qualquer sonho em realidade”, alertou o programa de televisão Globo Repórter, no dia 30 de agosto.

No mesmo seminário internacional, Mário Frota profere ainda uma palestra subordinada ao tema “Ação coletiva na União Europeia”.

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE