Política

Mariana Mortágua diz que maior problema em Portugal é a emigração dos jovens

Notícias de Coimbra com Lusa | 11 meses atrás em 14-01-2024

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, considerou hoje que o maior problema de Portugal é ser um país que está obrigar os jovens à emigração, afirmando que tal se deve aos baixos salários.

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“É ótimo que quem queira sair, conhecer o mundo, ter outras experiências o possa fazer. Mas há uma diferença entre sair e ser expulso. Um país que expulsa as gerações mais jovens é um país que está a desistir do futuro. Este é o maior problema de Portugal”, declarou Mariana Mortágua, referindo-se aos dados recentes do Observatório da Emigração, referindo que 30% dos jovens nascidos em Portugal vivem no estrangeiro.

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No seu discurso durante um almoço de pré-campanha para as eleições legislativas, em Santo Tirso, Porto, Mariana Mortágua disse que são “mais de 70 mil” portugueses que saem a cada ano, em todos os anos deste século e que “Portugal tem a taxa de emigração mais alta da Europa e uma das mais altas do mundo”.

Perante cerca de 150 apoiantes que participaram no almoço, Mariana Mortágua afirmou que a razão para os jovens estarem a emigrar são os baixos salários.

“Não há nenhum mistério nas causas da emigração. E não vale a pena inventar desculpas. o problema dos salários baixos não é o IRS, é o facto dos salários serem baixos, apesar do esforço, apesar das qualificações e da vontade. O salário não paga a casa nem as contas, e não há nenhuma esperança que daqui a três anos seja diferente, enquanto as carreiras continuarem a ser uma coisa do passado”.

A coordenadora do Bloco de Esquerda observou que a sua geração, bem como outras gerações anteriores e outras posteriores, não quiseram emigrar, nem ceder. Contudo, a “crise atrás de crise” vem demonstrar que aos 40 e 50 anos existe a mesma instabilidade que se sentia aos 20 anos de idade.

“Olhem para quem tem hoje 30, 40 anos. Foi a crise financeira, foi a pandemia, foi a inflação, é a conjuntura externa. Há sempre uma desculpa para os salários baixos, o contrato precário, os horários impossíveis. Há sempre o “agora não pode ser”, que a economia não aguenta melhores salários, que a produtividade não aumenta, que Portugal é um país pobre”, disse, advertindo que “Portugal é um país pobre porque paga salários pobres”.

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