Crimes

Marco “Orelhas” jura “por tudo” que não viu crime junto ao Estádio do Dragão

Notícias de Coimbra com Lusa | 9 meses atrás em 15-02-2024

Marco Gonçalves, uma das sete pessoas acusadas de matar um adepto junto ao Estádio do Dragão, no Porto, durante os festejos do título em maio de 2022 negou hoje o crime no início do julgamento.

“Juro por tudo que não vi o Igor [vítima mortal] a ser esfaqueado”, afirmou Marco Gonçalves, conhecido como Marco `Orelhas´ perante o coletivo de juízes do Tribunal São João Novo, no Porto, e pai de um dos arguidos igualmente acusado de homicídio qualificado.

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Dizendo querer dizer toda a verdade em tribunal, o arguido, em prisão preventiva, afirmou que a vítima mortal, de 26 anos, era conhecida por “fazer mal às pessoas”.

“Todos os bairros o receavam e tinham medo dele”, referiu, acrescentando que Igor Silva era ainda conhecido por usar facas, pistolas e causar distúrbios por onde passava.

Marco Gonçalves explicou que não tinha relação com Igor Silva e que as desavenças começaram quando este agrediu a filha, também arguida no processo por ofensas à integridade física, altura em que apresentou queixa contra ele na polícia.

Além disso, o suspeito adiantou que, na noite do crime, estava a trabalhar e foi para as imediações do Estádio do Dragão depois da mulher, igualmente arguida no processo por ofensas à integridade física, lhe ter ligado para ir ter às imediações daquele espaço porque Igor estava lá e tinha provocado a família.

Lá chegado e no meio da multidão, Marco `Orelhas´ contou ter levado duas facadas da vítima mortal nas costas, acabando por fugir sem saber o que se passou a partir daí.

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Além destes sete arguidos acusados de matar um adepto junto ao Estádio do Dragão, um outro, inicialmente indiciado pelo mesmo crime e despronunciado na fase de instrução, responde por um crime de ameaça.

Com 28 testemunhas arroladas, o julgamento tem ainda mais quatro arguidos, três dos quais acusados de ofensas à integridade física de uma jovem e um de detenção de arma proibida.

Segundo a acusação, consultada pela Lusa, desde o início de 2022 que cinco dos 12 arguidos, três dos quais acusados de homicídio qualificado e em prisão preventiva, mantinham um clima de conflito com a vítima motivado por agressões entre eles e familiares.

A 08 de maio de 2022, cerca das 02:00, durante os festejos do título de campeão nacional de futebol conquistado pelo FC Porto, alguns dos arguidos envolveram-se numa acesa troca de palavras com a vítima mortal, junto ao Estádio do Dragão, sustenta.

E, acrescenta a acusação, motivados por um desejo de vingança, alguns dos suspeitos perseguiram, manietaram e agrediram Igor Silva com o propósito de lhe tirar a vida, agredindo-o a socos, murros e pontapés e usando uma faca com uma lâmina de cerca de 15 a 20 centímetros.

Nessa sequência, a vítima mortal foi esfaqueada várias vezes em diferentes partes do corpo e, apesar de ainda ter sido transportada para o Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto, acabou por morrer, refere.

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