Governo
Marcelo Rebelo de Sousa admite que a missão de novo Governo de António Costa “não é fácil”
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, avisou hoje o novo primeiro-ministro, António Costa, que “não é fácil a tarefa que o espera” à frente do XXII Governo, face às mudanças na Europa e no mundo, hoje “mais complexos e mais imprevisíveis”.
No discurso após a posse do novo executivo, no Palácio da Ajuda, em Lisboa, em que se dirigiu sempre a Costa como “senhor primeiro-ministro”, Marcelo falou da conjuntura externa, mas também em termos internos, e em que multiplicou os avisos ao Governo.
“Não é fácil e não será fácil a tarefa que o espera. A Europa e o mundo estão hoje muito diferentes do que 2015, mais complexos, mais imprevisíveis”, afirmou.
Além de reconhecer e alertar para as dificuldades, algumas delas universais, do “envelhecimento acelerado às emergências ambientais”, outras são internas, como o “mais rápido desendividamento público e privado”.
Dirigindo-se diretamente ao chefe do Governo, o Presidente da República afirmou que António Costa “sabe que não há recursos para tantas e tamanhas expectativas e exigências” dos portugueses e que os próximos tempos serão difíceis.
A seguir enumerou uma lista de “conselhos”, começando todas as frases, dirigidas a Costa, com a palavra “sabe”.
“Sabe que, mais do que nunca, será necessário agir com humildade” para servir com “isenção e perseverança, com sobreposição no interesse nacional a interesse de pessoas e de grupos, com proximidade aos portugueses, que impeça a sensação de afastamento entre os que governam e os que são a razão de ser desse governo”, disse.
E lembrou a Costa que “sabe que preferiu uma fórmula governativa parcialmente, mas só muito parcialmente, nova, para um quadro parlamentar em apreciável parte, também novo”, ou seja, um executivo minoritário, sem acordos com outros partidos, como aconteceu há quatro anos, com a esquerda.
“Sabe”, ainda, que será ele a “pilotar” um governo com uma orgânica e composição “à sua medida” para conseguir a “viabilização e eficácia” de “orçamentos e medidas estruturais”.
Como também “sabe que conta com um reforço significativo dos votos expressos, em urnas e mandatos, e os apoios e oposição próprios do pluralismo democrático, num quadro parlamentar inédito”.
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