Autárquicas

Marcelo enterra Machado no depósito de promessas do socialista

Notícias de Coimbra | 11 anos atrás em 13-09-2013

Manuel Machado promete baixar o preço da água que nós bebemos, tendo  mesmo adiantado que “Coimbra paga a água e o saneamento duas vezes mais caro do que em 2001, quando Encarnação e Barbosa de Melo ganharam a Câmara”.

Marcelo Nuno, PCA da Águas de Coimbra não gostou do que viu escrito e arrasa candidato socialista:

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“Que bem prega Frei Tomás!”

Resolveu o Dr. Machado, na sua qualidade de recandidato a presidente da CMC, dar um ar da sua graça e dizer mais um conjunto de disparates.

Afirma o Dr. Machado que “é um escândalo que tem passado impune: Coimbra paga a água e o saneamento duas vezes mais caro do que em 2001, quando Encarnação e Barbosa de Melo ganharam a Câmara”. “É preciso racionalizar esse custo”.

O Dr. Machado não sabe que os serviços de água e saneamento estão obrigados a fazer a cobertura integral dos seus custos (incluído os custos de reposição do investimento) através das tarifas que aplicam.

Não imagina sequer que de entre as empresas e serviços municipais que cumprem com esta determinação, Coimbra é das que tem a água mais barata. Mas bastaria dar um saltinho aqui ao lado, a Aveiro, Leiria, ou até mesmo à Figueira da Foz para melhorar a sua base de conhecimento nesta matéria.

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Já não se lembra também que deixou o concelho com uma taxa de cobertura de saneamento de 74% e que, 12 anos depois, essa cobertura é de 96%. Que os 4% restantes têm hoje soluções individuais, ambientalmente adequadas e economicamente sustentáveis.
O Dr. Machado nem sonha que durante estes 12 anos o município, através da AC, investiu cerca de 94 milhões de euros (só entre 2001 e 2012) na expansão e requalificação da rede água e saneamento do concelho (por comparação com os 46 milhões de euros investidos pelo Dr. Machado entre 1990 e 2000). Portanto investiu, aqui sim, o dobro do que se investiu no tempo do Dr. Machado (e sem a mesma disponibilidade de fundos comunitários)!

O Dr. Machado desconhece por completo que por cada euro cobrado pela AC aos seus consumidores, 60 cêntimos são para pagar a água fornecida pela Águas do Mondego ao município de Coimbra.

A memória do Dr. Machado já não lhe permite recordar que cada cêntimo de prejuízo que a empresa gerar é pago, através do erário público municipal, por todos os cidadãos do concelho, independentemente dos seus consumos, da sua natureza, do número de pessoas do agregado familiar ou do tipo de uso que damos à água, penalizando assim as famílias (em especial as mais numerosas) e os que mais parcimoniosamente consomem água e beneficiando, por exemplo, as instituições públicas e os que consomem mais água enchendo piscinas e regando grandes jardins.

O Dr. Machado não faz a mais pequena ideia de como mudou o quadro normativo e legal a que estão sujeitas as entidades gestoras e de como são incomparavelmente mais exigentes e rigorosas as condições em que devem prestar os seus serviços hoje, 12 anos depois do seu tempo.

O esquecimento do recandidato chega a ser anedótico quando diz que quer “fazer guerra ao desperdício” mas se esquece de dizer que o nível de perdas no tempo em que era presidente da câmara era superior a 40% e que é hoje de cerca de 16,5%, um nível considerado próximo do óptimo económico (isto é, o valor a partir do qual o custo a suportar pela diminuição de perdas é superior ao benefício decorrente da sua diminuição).

Como espelho do desperdício de que fala o Dr. Machado (podíamos ilustrar com inúmeros exemplos equivalentes), o número de ropturas na via pública no ano 2000 foi de 802 por comparação com as 174 do ano passado. Uma diminuição de aproximadamente 630, ou seja de quase 80%. Não é preciso ser economista para perceber que o Dr. Machado fala de cátedra sobre desperdício!
Quando fala em má gestão, o Dr. Machado esquece-se que, só nos últimos 3 anos do seu mandato entraram nos então SMASC 76 pessoas! Por oposição ao desmando do seu tempo (e arbítrio da sua vontade), nos últimos 4 anos saíram 40 pessoas sem que tenha havido uma única contratação.

Fazendo uma conta simples (e não é preciso ser economista para a saberem fazer) verifica-se que, se se mantivesse a massa salarial herdada do tempo do Dr. Machado, a preços actuais (e sem qualquer actualização salarial durante 12 anos), o custo de pessoal da empresa seria hoje 1,8 milhões de euros superior, isto é cerca de 36% acima do que se verifica.
O aumento tarifário para acomodar este sobre custo seria de aproximadamente 10%.

A deriva demagógica do Dr. Machado, ignora também que o investimento necessário para garantir saneamento enterrado aos restantes 4% de fogos do concelho (em vez das soluções individualizadas actualmente existentes), ascende a cerca de 20 milhões de euros que, ou são pagos por todos através do erário municipal, ou através de um aumento tarifário verdadeiramente selvagem. É só fazer as continhas.
Como passou muito tempo afastado deste mundo, não sabe o Dr. Machado que Coimbra tem, na opinião directa dos consumidores (quem melhor para avaliar a qualidade dos serviços que lhes são prestados?), o melhor serviço de águas e saneamento do país
Desconhece também que Coimbra tem hoje a melhor água do país, numa exaustiva análise feita pela DECO a todos os serviços de águas do país.

O seu afastamento e alheamento foi (é) tal ordem que, de certeza, já nem se recorda que as diferenças só não são mais escandalosas porque, felizmente para todos nós, teve à frente dos ex-SMASC um homem de exemplar integridade e sentido de liderança e de invulgar craveira profissional e reconhecida capacidade técnica.

Eu sei que o Dr. Machado anda muito, muito esquecido. Talvez já nem tenha a pachorra e a disponibilidade para se documentar nem a disposição para pesquisar e para se actualizar. Porventura já terá alguma dificuldade em perceber a vertiginosa mudança do mundo à sua volta e custar-lhe-á acompanhar o ritmo dos tempos agitados e desafiantes que vivemos. Devia por isso escolher melhor os assessores/conselheiros de modo a evitar o disparate – que não fica bem a ninguém, mas que, de tão evidente, é preocupante num candidato a presidente da Câmara de Coimbra.

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