Cidade
Ay-Ó-Linda lembra que repúblicas querem ser património cultural imaterial de interesse municipal
O presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), Manuel Machado, reuniu hoje com representantes da República Ay-Ó-Linda, uma das mais antigas da cidade, situada no Bairro Sousa Pinto, em plena zona histórica e considerada parte integrante pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade.
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Estiveram presentes dois dos atuais repúblicos, Fábio Mendes e André Reveles, bem como dois antigos repúblicos, Manuel Matos e António Vigário (antigo presidente da AAC), estes últimos como representantes da “Associação de Amigos da Ay-Ó-Linda”.
Comemorando-se o “68º Centenário” (a tradição diz que um ano de uma República equivale a 100 anos) da República Ay-Ó-Linda no próximo sábado, dia 8 de abril, é da praxe a prestação de cumprimentos à CMC e o convite para marcar presença nesta celebração. Mas o propósito desta reunião serviu também para fazer um ponto de situação dos constrangimentos que a Nova Lei do Arrendamento Urbano, em vigor desde 2012, veio colocar às Repúblicas de Coimbra, já de si numa situação frágil e com más condições de habitabilidade. Uma lei que coloca em causa a manutenção deste património e legado cultural único da identidade de Coimbra.
Sensível à ajuda solicitada pela República Ay-Ó-Linda, o presidente da CMC sugeriu, desde logo, caminhos de negociação. No entanto, “se o senhorio não realizar as obras necessárias, a Câmara poderá atuar em sua substituição”. Em virtude de o imóvel onde está sediada a República Ay-Ó-Linda ser um prédio antigo, com idade superior a 30 anos, Manuel Machado aconselhou ainda os repúblicos para verem de que forma o programa “Reabilitar para Arrendar” os poderá ajudar e a procurarem junto do IRU (Instituto de Reabilitação Urbana) outras formas de apoio à reabilitação urbana.
Os repúblicos aludiram ainda à petição entregue junto da Assembleia Municipal (AM) de Coimbra para “classificação das Repúblicas de Coimbra como património cultural imaterial de interesse municipal”. Sobre este assunto, o presidente da CMC referiu que a resposta terá de ser dada pela AM de Coimbra e acrescentou que o processo se encontra em análise.
No que ao Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) diz respeito e às formas de redução ou isenção deste imposto, foi transmitido que atualmente o Município apenas poderá ajudar se a República for proprietária do seu imóvel (o que, pelo menos para já, não é o caso) e realizar, ela própria, as obras de reabilitação. Contudo, a breve trecho, se a petição for bem acolhida em sede da AM, poderá haver boas notícias para o conjunto das Repúblicas de Coimbra.
A reunião terminou com a oferta, por parte dos repúblicos, de uma serigrafia alusiva à República Ay-Ó-Linda, criada pelo autor João Mascarenhas, antigo repúblico da casa. O presidente da CMC agradeceu o gesto, que o fez recordar tempos de estudante, mostrando abertura para continuar a acompanhar as repúblicas, auxiliando e ajudando a preservar este legado patrimonial da cidade de Coimbra.
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