Cidade
Manuel Machado quer casar as margens do Mondego com “projeto aperfeiçoado”na margem direita
Quebrar a “barreira” entre o rio e a cidade de Coimbra, ao mesmo tempo que aproxima as duas margens é para o presidente da Câmara de Coimbra uma “obra muitíssimo importante por integrar um projeto estratégico para Coimbra que é conseguir casar as margens do Mondego e evidenciar o quanto gostamos, respeitamos e valorizamos o rio”.
“É a melhor riqueza para a nossa cidade” disse hoje Manuel Machado na consignação da obra acrescentando que “volvido este tempo todo, com o encanamento do rio, afastamento da cidade e das pessoas do rio (…) e apesar das dificuldades e dos contratempos, das coisas menos felizes que ocorreram, designadamente a falência de uma empresa, não desistimos. Estamos em pleno verão, muitos gostariam de estar de férias, mas temos estabelecido um conjunto de operações que têm de ser feitas o mais depressa possível (…), temos de realizar nesta reta final do Portugal 2020” – disse o autarca.
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“Tivemos surpresas indesejáveis, mas não desistimos e tivemos a sorte do concurso público internacional, de valor significativo, ter sido tratado, o projeto aperfeiçoado, de modo a que, daqui a pouco tempo, possamos usufruir deste novo enquadramento do rio Mondego e da sua margem direita”, acrescentou Manuel Machado, desafiando – como já é habitual – a empresa a acelerar a execução da obra.
“Estando a Câmara de Coimbra com boa saúde financeira, estamos prontos a assumir um desafio: mesmo com um valor significativo, se a empresa acelerar a execução, os autos de medição serão pagos antecipadamente. Se do vosso lado reagirem neste sentido, nós corresponderemos”, afirmou.
A empreitada, cujo auto de consignação foi assinado hoje no local onde vão decorrer as obras, está orçada em cerca de dez milhões de euros, financiados por fundos comunitários, estando prevista a execução dos muros de contenção e uma valorização da zona ribeirinha, com vias pedonais e cicláveis.
A obra, “um projeto estratégico para Coimbra”, vai também quebrar “a barreira construída entre a cidade e o rio”, salientou o autarca, que pediu à empresa responsável pela obra para acelerar, dentro do possível, a empreitada.
Segundo a arquiteta da Câmara de Coimbra Joana Sobral, o projeto pretende requalificar uma frente de rio “degradada e abandonada”, junto à linha férrea que liga a Estação Nova (Coimbra-A) à Estação Velha (Coimbra-B).
O projeto prevê zonas verdes e espaços de fruição pedonal e ciclável, tendo diferentes cotas ao longo do percurso, descendo até ao plano de água, disse. Para Joana Sobral, a intervenção vai permitir também aproximar “a zona do Choupal à cidade”.
O projeto, que tem um prazo de execução de cerca de ano e meio, foi consignado à empresa Alberto Couto Alves, que venceu o concurso público, depois de em 2019 a empreitada ter sido interrompida face à insolvência da empresa que estava responsável pela intervenção.
Em nota de imprensa da autarquia, o município salientou que já estão concluídas várias empreitadas para melhorar a relação da cidade com a zona ribeirinha, num investimento global superior a 26 milhões de euros.
Entre essas intervenções, estão o desassoreamento do leito do rio, a construção de uma nova ponte na Praia Fluvial de Palheiros e Zorro, uma ponte pedonal e ciclável junto ao Açude-Ponte e a requalificação da Praça das Cortes e da Avenida João das Regras, entre outros.
Em curso, ou em fase avançada dos procedimentos, estão a ampliação e requalificação dos edifícios de restauração do Parque Verde do Mondego, a requalificação do Parque Manuel Braga que já foi consignada e a ciclovia de Coimbra, que vai ligar Coimbra B ao Vale das Flores e à Portela, num percurso de quase 20 km, sublinhou a autarquia.
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