Cidade
Manuel Machado diz que classificação como Património Mundial tornou Coimbra mais competitiva
Coimbra conseguiu potenciar a classificação de Património Mundial, atribuída pela UNESCO há cinco anos, transformando este título num instrumento que tornou a cidade mais competitiva, defendeu hoje o presidente da Câmara, Manuel Machado.
É hoje “motivo de satisfação verificar que os principais atores com a responsabilidade de trabalhar e de aproveitar ao máximo o potencial que a classificação [da Universidade de Coimbra, Alta e Rua da Sofia como Património Mundial] tem para a imagem e a identidade de Coimbra, conseguiram transformar essa classificação num instrumento que tornou a cidade mais competitiva nacional e internacionalmente”, disse Manuel Machado.
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O presidente da Câmara de Coimbra falava durante a sessão de inauguração, hoje, no Paço das Escolas, do Memorial Universidade de Coimbra, Alta e Sofia, que assinala a sua classificação, em 22 de junho de 2013, como Património Mundial da Humanidade, durante qual também intervieram a diretora Regional de Cultura do Centro, Celeste Amaro, e o reitor da Universidade, João Gabriel Silva.
Nestes cinco anos, a cidade ganhou muitos mais turistas, a sua programação cultural deu um salto quantitativo e qualitativo enorme, sublinhou o autarca, considerando que eventos como a bienal Anozero ou o Sons da Cidade (que celebra esta classificação da UNESCO), a “entrada do Convento São Francisco na rede nacional e europeia dos grandes espetáculos” ou “a vitalidade dos agentes e dos equipamentos culturais”, mudaram de “forma estrutural a oferta da cidade a quem a visita ou nela habita”.
Por outro lado, “a reabilitação urbana avançou com passos que nunca tinham sido dados, nem tão cadenciados, nem tão largos”, sublinhou Manuel Machado, sustentando que houve “uma nova abordagem de cuidado com o espaço público que melhoraram, de forma incontornável, a ecologia urbana de Coimbra”, num esforço que, reconheceu, tem de se manter.
Mais do que “o papel da Câmara Municipal ou da Universidade de Coimbra”, o presidente do município fez, no entanto, questão de salientar a intervenção dos “atores da sociedade civil que foram a chave desta mudança de paradigma no nosso projeto coletivo de cidade”.
Estes atores são designadamente os investidores, os empreendedores, os pequenos empresários, que “souberam reconverter os seus negócios e qualifica-los”, os agentes culturais, os criadores e os artistas e a população de Coimbra, que “revelou que estes séculos de ambiente académico e cultural a tornaram naturalmente cosmopolita, além de inclusiva”, referiu.
A classificação trouxe satisfação, mas também desafios, destacou João Gabriel Silva, defendendo que a Universidade de Coimbra, que é mais que o monumento, tem de “fazer uma compatibilização muito exigente entre o velho e o novo, o passado e o futuro”.
O reitor recordou, por outro lado, que cerca de 90% dos turistas que hoje visitam a Universidade – cujas receitas são aplicadas “essencialmente” na recuperação do património – não são portugueses e que os estudantes estrangeiros que a frequentam representam cerca de 20% dos seus alunos e 104 nacionalidades.
“Coimbra está diferente, ninguém, por mais distraído que ande, pode negar este facto”, mas há “ainda muito trabalho por realizar”, alertou a delegada Regional de Cultura do Centro.
É necessário “continuar a intervir na extensa área patrimonial, principalmente em todos os projetos já aprovados e incluídos na classificação, garantindo condições adequadas à fixação de população no centro urbano e aumentando o conforto de quem cá vive e dos turistas que nos procuram”, sustentou Celeste Amaro.
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