Educação
Maioria dos universitários recorre a inteligência artificial
Uma investigação que envolve mais de 400 estudantes universitários revelou que mais de metade utiliza a Inteligência Artificial (IA) e os respetivos algoritmos para estudar ou realizar trabalhos e que a maioria não revela aos professores.
Em comunicado, a Faculdade de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação da Universidade Lusófona, no Porto, adianta hoje que os resultados preliminares do estudo revelam que 53% dos universitários recorre a Inteligência Artificial (IA) para estudar e realizar trabalhos.
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Citados no comunicado, os autores do estudo afirmam que esta é “uma realidade com tendência para aumentar”, o que obrigará a uma revisão dos sistemas de ensino e uma adaptação dos métodos de ensino e aprendizagem.
“Será necessário estruturar o ensino tendo como certeza a utilização de sistemas de IA, quer ao nível de processos de avaliação, quer ao nível de literacia para os usos de sistemas digitais, desde o ensino básico”, afirma Pedro Rodrigues Costa, investigador da Universidade Lusófona do Porto, um dos autores da investigação, juntamente com Esser Jorge, do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), e Alexandra Figueira, também da Universidade Lusófona.
A investigação conclui ainda que cerca de 63% dos estudantes não informa os professores que utiliza estes sistemas, sobretudo “por receio da reação dos docentes”, mas também “como estratégia para ganhar vantagens no processo de avaliação”.
Contudo, a maioria dos universitários considera que os professores não se importam com a utilização destes sistemas “ou então fazem pedagogia no seu uso”.
Quando questionados sobre a autoria dos trabalhos feitos com recurso a inteligência artificial, mais de metade (58%) dos inquiridos afirmam que o trabalho é da sua autoria e dos colegas.
Para 94,4% dos estudantes, os ‘chats’ de inteligência artificial “representam a evolução tecnológica” e 79,6% consideram que constituem “um passo de gigante civilização”.
Contrariamente, 78,5% dos estudantes consideram que estes sistemas “convocam a preguiça mental” e 73,4% dizem que a inteligência artificial “vai tornar as pessoas dependentes de máquinas”.
“Apesar da contradição nas representações sobre a inteligência artificial, no geral, os entrevistados consideram que os alunos ficam com a vida mais facilitada porque têm respostas na hora”, acrescenta.
Entre os sistemas de inteligência artificial, o ChatGPT é o mais utilizado, tendo os restantes, como o Bloom, Jasper Chat ou LANDA ficado a “grande distância nas preferências dos universitários”.
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