Restaurantes
Maioria dos restaurantes em Miranda do Corvo e Lousã opta por fechar
A maioria dos restaurantes em Miranda do Corvo e Lousã, no interior do distrito de Coimbra, optaram por fechar, por prevenção face à pandemia da covid-19 e por não haver procura para o ‘take away’ nestas vilas.
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Em Miranda do Corvo, Filipe Barbosa acredita ser o único que resiste a fechar as portas por completo. Tem um restaurante e um assador de leitões naquela vila e outro estabelecimento na Lousã.
Apesar de ainda não ter fechado e de hoje estar a funcionar apenas a partir de regime de ‘take away’, o cenário não é animador, contou à agência Lusa o proprietário do Barbosa dos Leitões, referindo que sentiu “uma quebra de 80%” na procura.
“Temos tido muito pouca gente. As pessoas recolheram-se dentro de casa”, notou, referindo que hoje serviu dez ou doze refeições, quando o normal seria pelo menos 60 ao almoço.
Já Fausto Parreirinha, do restaurante Parreirinha, em Miranda do Corvo, decidiu fechar o estabelecimento há oito dias.
“Estar a trabalhar para servir dez pessoas? O que é que estaria a fazer no restaurante a servir dez pessoas?”, questionou, referindo que agora resta “esperar que a situação se resolva”.
Lesya Koval, com dois restaurantes em Miranda do Corvo, fechou um dos estabelecimentos na sexta-feira e outro no domingo.
“Se as pessoas compraram tantas toneladas de enlatados e carnes haverá alguém que hoje em dia vai optar por ‘take away’? Se vivesse em Miranda do Corvo ia arriscar a sair de casa para ir buscar uma dose de febras grelhadas?”, pergunta a proprietária.
No entanto, Lesya Koval sublinha que, apesar de uma quebra muito grande que sentiu na procura antes de fechar, decidiu encerrar os restaurantes “por motivos de prevenção, pelos clientes, pela família e pelo futuro”, considerando que o próprio Governo devia ter tomado essa opção.
“Eu poderia estar aberta com ‘take away’, mas acho que não havia confiança para estar ali a trabalhar e depois voltar para casa. Nada paga a nossa saúde”, disse à agência Lusa a proprietária do restaurante Zé Padeiro, em Miranda do Corvo, Patrícia Dias.
Se em Miranda do Corvo a grande maioria dos restaurantes estavam fechados, no concelho vizinho da Lousã o cenário era idêntico, multiplicando-se os papéis nas portas, com uma explicação do encerramento aos clientes.
“Uma vez que está a aumentar o número de casos positivos de covid-19 e que o nosso trabalho exige contacto diário com um grande número de pessoas, para minimizar o risco de segurança de todos nós, vamos encerrar”, explica um restaurante chinês da Lousã.
Um dos poucos estabelecimentos abertos na vila é uma churrasqueira, que já fazia ‘take away’.
Hoje, terão assegurado umas 15 refeições no regime de ‘take away’, quando o normal seria mais de 60 ou 70 entre clientes no restaurante e naquele serviço, contou o proprietário, José Simões.
“Vou esperar até ao fim de semana para ver se melhora, mas está muito fraco. Se continuar assim, fecho”, vincou.
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