Portugal

Mãe e filha vivem pesadelo em casa. “Temos de sair daqui hoje”

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 3 horas atrás em 21-04-2025

Imagem: depositphotos.com

Andreia Pereira e a filha de 13 anos, Laís, vivem um verdadeiro pesadelo no primeiro andar de um prédio em Ermesinde, concelho de Valongo.

A mulher relata situações de ameaças constantes por parte dos vizinhos do rés-do-chão, que diz viverem de forma ilegal no edifício. Sem acesso a água potável e com receios diários pela sua segurança, Andreia afirma estar a chegar ao limite.

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“Esta noite, a minha filha disse-me: ‘Mamã, temos de sair daqui hoje’”, desabafa Andreia, visivelmente abalada, à revista Sábado. A mãe confessa sentir-se impotente e culpada: “Sinto que estou a falhar como mãe. Vivemos em pânico.”

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A situação, que já se arrasta há mais de sete meses, teve início com o alegado furto de água por parte dos vizinhos. Andreia perdeu o acesso ao contador, localizado numa área agora ocupada por essas mesmas pessoas. “Em setembro recebi três faturas da água: uma de três mil, outra de quatro mil e outra de cinco mil euros. Sempre paguei cerca de 22 euros por mês”, explica.

Segundo o relatório da Be Water, empresa que gere o abastecimento de água na zona, foram detetados três desvios ilegais através do contador da habitação. A responsabilidade de corrigir a situação recai sobre o proprietário do imóvel, que admite saber da ocupação, mas recusa-se a enfrentar os ocupantes: “Não digo que não vá lá, mas não vou fazer peito a ninguém. Aqui não há heróis.”

A obra nunca chegou a ser feita e, em novembro do ano passado, a empresa cortou o fornecimento de água à casa de Andreia e da filha. Desde então, mãe e filha vivem com garrafões espalhados por todas as divisões, numa tentativa de manter alguma normalidade. “É desumano”, afirma Andreia, que garante ter testemunhado atos de extrema violência por parte dos vizinhos. “Vi um dos homens a esfaquear uma mulher na rua.”

Apesar das várias chamadas feitas à polícia, Andreia diz não ter obtido respostas eficazes. “Mandaram-me ir dormir e tomar um Xanax”, relata, indignada.

O presidente da Câmara Municipal de Valongo, José Manuel Ribeiro, confirmou que tanto Andreia como os vizinhos recebem apoios sociais. Garante também que a autarquia está a acompanhar o caso e que ambas as famílias serão realojadas assim que houver uma habitação disponível.

Até lá, Andreia e Laís continuam a viver em condições degradantes, com medo e sem saber quando terão, finalmente, paz.

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