Tribunais

Mãe de Jéssica não quer estar mais na prisão

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 1 ano atrás em 07-09-2023

Inês Sanches, mãe de Jéssica, a menina de três anos que morreu torturada, foi condenada à pena máxima de prisão pelo homicídio qualificado. Agora, quer ser libertada. O recurso já foi entregue no tribunal e a estratégia é clara: não há provas no processo para condenar a arguida.

Segundo o Correio da Manhã, “a defesa agarra-se ainda a uma das conclusões do perito que autopsiou o corpo de Jéssica. Em tribunal, este especialista afirmou que, quando a menor foi entregue à mãe, após ter sido espancada e torturada durante cinco dias, já nada havia a fazer para a salvar”.

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O relatório da autópsia esclarece que a criança sofreu mais de 100 lesões. No recurso, a que o jornal teve acesso, a advogada de Inês arrasa o coletivo de juízes do Tribunal de Setúbal que, há cerca de um mês, condenou Inês, Tita, Esmeralda e Justo a 25 anos de cadeia.

“Fê-lo através de uma narrativa ao arrepio de qualquer suporte probatório”, refere Ana Calado Nunes. Sustenta a advogada que não foram, por exemplo, apresentadas provas de que a mãe de Jéssica tenha visualizado hematomas e “a cara queimada na zona do nariz e buço da filha” nem que se tenha “apercebido do estado muito grave de saúde em que Jéssica se encontrava” na véspera de a menina lhe ser entregue pelos agressores. Alega a advogada, no recurso, que Inês esteve presente “durante alguns minutos no exterior da casa” dos agressores, lê-se na notícia.

Durante a leitura do acórdão, foi criticada a postura de Inês, que manteve a rotina durante o cativeiro da filha, de três anos. A defesa diz que os juízes fizeram uma interpretação errada. “Inês saiu à noite com o seu companheiro porque nada lhe fez supor que a vida da sua filha estaria em perigo e que a mesma seria brutalmente assassinada”. Mas esta afirmação choca com as alegadas ameaças que a progenitora garante que sofreu por parte dos agressores e que não foram dadas como provadas pelo tribunal.

A mãe de Jéssica, que está detida na cadeia de Odemira, quebrou o silêncio durante o julgamento. Mas as explicações da arguida não convenceram. Apontaram várias contradições e mentiras nos depoimentos de todos arguidos. Inês mantém agora a esperança de ser absolvida pelos juízes da Relação de Évora.

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