Coimbra

Machadada no Parque Verde

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 06-12-2018

Com a solenidade protocolar que costuma imprimir a estes actos, a Câmara Municipal de Coimbra consignou no dia 27 de abril a obra de ampliação dos edifícios de restauração construídos no âmbito do “Plano de Pormenor do Parque Verde do Mondego entre a Ponte de Santa Clara e a Ponte Europa – Margem Direita” incluindo a remodelação das instalações sanitárias públicas existentes”.

A empreitada foi adjudicada à empresa Garfive, que prometia fazer a obra no prazo de 180 dias, recebendo em troca 825 000,00 euros.

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O momento foi aproveitado pelo Presidente da Câmara de Coimbra para avisar o empreiteiro: tem meio ano para fazer este trabalho. Senão temos de resolver isto à machadada”.

“Mas vai correr bem, avançou Manuel Machado, antes de prometer que “como é costume, nesta ocasião, refiro, de novo, que nós fazemos questão de pagar o serviço prestado de modo acelerado, se a empresa conseguir reduzir o prazo de execução, a Câmara reduzirá também o prazo de pagamento”. 

Apesar do incentivo presidencial, a empresa já demonstrou a sua incapacidade para fazer o que já devia estar feito, pelo que autarca é mesmo obrigado a dar uma machadada.

Notícias de Coimbra teve acesso a documentos da CMC onde se pode ler que Garfive alegou que “atravessa presentemente graves problemas financeiros” que a impedem de manter o ritmo normal da obra, que, como se pode ver no local,  não anda nem desanda.

A Garfive tentou mesmo ceder a sua posição contratual à empresa Veiga Lopes (que tinha sido preterida no concurso), mas tal foi inviabilizado por causa da adjudicatário não ter obtido garantia bancária.

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Face ao impasse, a CMC vai votar  a resolução do contrato a titulo sancionatório, alegado incumprimento definitivo do contrato por parte da Garfive. 

 

 

 

Recordamos que pós a conclusão da obra de requalificação do edificado, será necessário encontrar uma ou mais entidades que queiram explorar os 4 novos espaços.O novo Parque Verde

O novo Parque Verde

Recordamos que os espaços de restauração do Parque Verde do Mondego vão ser requalificados e ampliados, através da construção de quatro novos módulos na cobertura, estando também prevista a instalação de esplanadas junto a esses módulos.

Esta solução irá beneficiar os futuros concessionários,que terão agora mais espaço, uma vez que passam a funcionar no rés do chão e 1º andar. Além disso, está prevista uma nova configuração de 4+1 estabelecimentos, ao invés da anterior que funcionava em 3+1 (3 bares/restaurantes mais uma gelataria).

Os quatro volumes a construir vão ter escadas de ligação entre os pisos, com um novo acesso de público ao piso térreo, onde cada uma das 4 concessões passará a dispor de instalações sanitárias.

As cozinhas serão recolocadas no piso superior, mantendo uma simples copa de apoio, arrecadação e compartimento de lixos no piso térreo.Ao mesmo tempo, as casas de banho públicas existentes vão ser recuperadas.

Cada módulo do piso superior compreende uma nova área envidraçada, a referida cozinha principal de serviço a ambos os pisos, com apoio de monta-cargas e espaços de esplanada.

A solução de caixilharia proposta para este piso garante a abertura total dos vãos nas laterais de ligação às esplanadas, possibilitando que a sala possa ser um prolongamento coberto desses espaços exteriores.

Relativamente ao lado poente, os pavimentos existentes serão alvo de recuperação e/ou reposição.

O concurso para a concessão dos espaços já foi autorizado pela Assembleia Municipal de Coimbra, mas com tantos avanços e recuos por parte da CMC, nunca se sabe se voltará a ser apreciado pelos deputados municipais. 

O procedimento concursal será aberto pela Câmara Municipal de Coimbra após a conclusão das obras, adiantou Manuel Machado.

Recordamos que o autarca já admitiu concessionar os quatro espaços em conjunto ou individualmente no sentido de suscitar uma maior concorrência entre os vários interessados, através de concurso público ou entrega direta.

itália a

 

Manuel Machado voltou a dizer que o restaurante Itália, que terá de sair do Parque Manuel Braga, por causa da requalificação deste jardim, pode, se assim o desejar, deslocalizar-se para um das fracções do Parque Verde.

O íder da autarquia conimbricense tem lamentado a forma ilegal como este restaurante se foi expandindo de forma ilegal pelo território municipal.

Numa das reuniões do executivo municipal disse mesmo que “vai ser ser feita a demolição daquela barracada que lá está, daquela construção em cima do rio, que foi licenciada pela Hidráulica in ilo tempore, antes do 25 de abril, onde existia o café Jangada, do senhor Mário das Canjas, que foi por água abaixo em 1973. O que lá está é uma coisa espúria. Vai ser removido no âmbito da requalificação do Parque Manuel Braga”.

O Presidente da Câmara adiantou ainda que o Itália está notificado desde os tempos em que foi definido o corredor do Metro Mondego “para tirar de lá aquele edificado”.

parque verde 1

Lembramos que todos os espaço de restauração do Parque Verde encerraram na sequência das inundações de janeiro e fevereiro de 2016, mas alguns já não funcionavam desde novembro de 2015.

Em junho de 2106,  o Executivo Municipal de Coimbra procedeu à cessação do alvará do Complexo Verde do Mondego – Actividades Hoteleiras, ACE, a entidade que explorava os bares e restaurante das denominadas “Docas”, estabelecimentos que encerraram definitivamente durante as cheias de janeiro desse ano.

O incumprimento voluntário das condições a que o concessionário se obrigou aquando da adjudicação no inicio do século “está a conduzir à visível degradação e vandalismo dos estabelecimentos e, de toda a zona cuja limpeza e manutenção compete aquele” foram algumas das causas invocadas pelos serviços da autarquia para “despachar” o Agupamento Complementar de Empresas, que por essa altura era detido por uma família de empreendedores

A CMC alegou ainda  que o concessionário não cumpria um conjunto de obrigações, sem que tenha invocado qualquer causa que lhe permita suspender a exploração.

As instalações sanitárias comuns aos estabelecimentos e ao parque Verde estiveram encerradas durante uma boa temporada, tendo sido reabertas pela autarquia, que também mandou decorar as montras das 4 casas comerciais.

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