Portugal

Luta com o diabo: Bombeiros cansados, pessoas salvam casas e muitas lágrimas

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 1 mês atrás em 18-09-2024

Imagem: Soldados da Paz / Facebook

Os incêndios que lavram desde domingo em Portugal continental, com especial incidência nas regiões Centro e Norte, já causaram sete mortes, dezenas de feridos e 62 deslocados, afetando 25 municípios, 15 dos quais na região Norte.

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As mais recentes vítimas são três bombeiros da corporação de Vila Nova de Oliveirinha, em Tábua, que morreram quando se deslocavam para um incêndio naquele concelho do distrito de Coimbra.

O município de Tábua decretou três dias de luto municipal pela morte dos três bombeiros.

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A primeira morte foi um bombeiro vítima de doença súbita, no domingo, quando combatia as chamas em Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro.

Na segunda-feira, as autoridades anunciaram mais duas mortes no distrito de Aveiro, a de uma pessoa encontrada carbonizada e um óbito por ataque cardíaco.

Na mesma noite, uma idosa que tinha a casa numa zona de fogo em Almeidinha, Mangualde, morreu de doença súbita, segundo fonte do Comando Sub-Regional Viseu Dão Lafões.

Entre as vítimas destacam-se ainda vários feridos graves, cujo número está ainda a ser apurado, segundo o balanço feito às 20:00 de hoje pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Os incêndios afetaram hoje 25 concelhos, 15 dos quais na região Norte do país e 10 na região Centro.

Veja as imagens:

Aveiro foi um dos distritos mais fustigados, com as chamas a lavrar com intensidade nos concelhos de Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha, Sever do Vouga e Águeda, mantendo-se este último, às 19:30, como o mais complicado, segundo divulgou o comandante da ANEPC, Mário Silvestre.

Coimbra, com especial incidência no concelho de Tábua, e Viseu, com focos maiores em Nelas e Castro Daire, são outros dos distritos mais afetados pelos fogo.

No distrito do Porto, o incêndio em Oliveira de Azeméis era aquele que às 20:00 mobilizava mais meios, com 518 operacionais e 188 viaturas empenhados no combate às chamas.

No balanço feito às 20:00, o comandante nacional da Proteção Civil, André Fernandes, contabilizou 177 ocorrências ativas nas quais estavam empenhados 6.041 operacionais apoiados por 1.837 veículos. Destas, 30 são consideradas ocorrências significativas que estão a ser combatidas por 3.888 operacionais e 1.208 meios terrestres.

O combate às chamas foi hoje reforçado por seis meios aéreos de França, Espanha e Itália, disponibilizados através do mecanismo de proteção civil europeu.

Os fogos já obrigaram a realojar 62 pessoas, em Águeda foram evacuados dois lares de idosos, em Oliveira de Azeméis um hotel foi evacuado e as reservas canceladas até quinta-feira e, em Oliveira do Hospital, foram evacuadas oito quintas situadas na encosta do rio Mondego devido ao aproximar das chamas do incêndio que teve início em Nelas, no distrito de Viseu, e que alastrou para o distrito de Coimbra.

Finalmente, no distrito de Coimbra, foi cortada a EN342, entre Secarias/Côja, no concelho de Arganil.

Durante o dia de hoje chegaram também a estar fechadas as autoestradas A1 e A28, ambas reabertas ao início da noite.

A Polícia Judiciária (PJ) deteve cinco pessoas – três homens e duas mulheres – suspeitos da autoria de incêndios florestais em Cacia (Aveiro); em Refojos de Riba de Ave (Santo Tirso); nos concelhos de Pombal e Alvaiázere (no distrito de Leiria) e em Condeixa-a-Nova (Coimbra).

A PJ também identificou e constituiu arguidos quatro funcionários da Junta de Freguesia da União de Freguesias de Campo e Sobrado, no concelho de Valongo, pela presumível autoria de um incêndio florestal na localidade de Campo, que consumiu cerca de um hectare de mancha florestal.

Em comunicado, a GNR informou ter detido sete homens, entre sábado e a madrugada de hoje, suspeitos do crime de incêndio florestal nas regiões de Leiria, Castelo Branco, Porto e Braga.

O Governo declarou hoje situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias, anunciou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, no final de um Conselho de Ministros extraordinário convocado para analisar a situação dos incêndios, numa reunião presidida pelo Presidente da República.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 62 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que indica que nas regiões Norte e Centro, desde o fim de semana, já arderam 47.376 hectares.

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