Saúde

Lusodescendente deixa alerta: família morreu em Portugal após recusar vacina

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 10-08-2021

Um lusodescendente a residir no País de Gales, Reino Unido, lançou um alerta público depois de ter perdido os pais e o irmão, com covid-19. Nenhum estava vacinado. Os três viviam em Portugal e foram infetados num convívio familiar. Mãe, pai e irmão foram sepultados no cemitério do Alto de São João, em Lisboa, e não podem ser transladados.

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Segundo uma notícia do JN (Jornal de Notícias), Francis Gonçalves, de 43 anos, contou ao jornal “WalesOnline”, que o irmão Shaul, de 40 anos, o pai Basil, de 73 anos, e a mãe Charmagne, de 65 anos, começaram a apresentar alguns sintomas de covid-19 depois de terem estado juntos num jantar de família, onde nenhum dos membros estava vacinado, pois recusaram-se a receber a vacina “porque estavam com medo”.

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O filho mais velho, residente em Cardiff, no Reino Unido, disse que o pai, Basil Gonçalves. terá sido infetado no hospital, quando foi tratar de um problema renal. Depois da reunião familiar, o irmão Shaul apresentou sintomas “como se estivesse cheio de peso e cansado”, tendo feito um teste à covid-19, que acabou deu positivo, revelou Francis Gonçalves àquele jornal online.

“Os meus pais também estavam muito doentes e foram para o hospital, de onde eu recebi uma mensagem do meu pai a dizer que foram ambos internados porque tinham resultados positivos à covid-19”, referiu Francis, acrescentando que dois dias depois do internamento, o pai foi transferido para a unidade de cuidados intensivos.

Francis Gonçalves agendou um voo para Portugal quando soube que os restantes membros da família estavam a piorar, tendo o irmão, de 40 anos, sido “levado às pressas para o hospital”, onde acabou por falecer horas mais tarde. Shaul era a “pessoa mais saudável” que conhecia, praticava regularmente exercício físico e mantinha uma dieta à base de vegetais, explica.

Francis contou ainda que o hospital ligou, dias depois da morte do irmão, a informar que o pai também tinha falecido. “Viajei para Portugal no dia seguinte para conseguir saber mais sobre o estado de saúde da minha mãe. Ela estava em coma induzido. Permitiram-me vê-la, o que já era um sinal de que as coisas não estavam bem. Mais tarde, recebi um telefonema a referir que ela também tinha morrido”, contou Francis Gonçalves.

Os três membros da família foram sepultados no cemitério do Alto de São João, em Lisboa, numa área dedicada às mortes associadas aos SARS-CoV-2. “Perguntei sobre a exumação dos corpos numa data posterior e sobre uma mudança para fora da zona exclusiva de covid-19, porém disseram que, infelizmente, não sabendo o suficiente sobre a covid, não há intenções de movê-los”, referiu.

Francis Gonçalves revelou que se mudou da África do Sul para Cardiff, no Reino Unido, em 2015, para escapar à violência que existia na região. Em 2016, a família decidiu ficar por Portugal, na terra de onde o pai era natural. O homem de 43 anos apontou ainda que decidiu partilhar a história da sua família para encorajar outras pessoas a tomar a vacina contra a covid-19.

“A minha família foi apanhada numa grande quantidade de propaganda de antivacinação que está a circular. Essa propaganda ataca as pessoas que estão com medo e elas caem na armadilha. A mensagem que quero transmitir é porque é que o governo iria querer prejudicá-los dando-lhe uma vacina? Qual é o propósito por detrás disso? Já falei com muitas pessoas que estão com medo da vacina e isso pode custar vidas”, referiu Francis Gonçalves, num depoimento que está a correr várias publicações no Reino Unido.

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