Política
Luís Montenegro diz que “verdadeira etapa começa dia 11”
O presidente do PSD afirmou hoje que “a verdadeira etapa” do seu plano político começa no dia seguinte às eleições, e insistiu que não se vai distrair com “pequenos episódios” nem veio para “os jogos das políticas”.
Num comício em Viseu, num espaço com 1.200 lugares sentados, Luís Montenegro passou em revista os principais compromissos da AD (coligação que junta PSD, CDS-PP e PPM), com um especial destaque aos compromissos para os jovens, por um lado, e para reformados e pensionistas, por outro.
“Este plano é mesmo para mudar o país, este plano não é para ganhar as eleições. Evidentemente que, para mudar o país é preciso ganhar as eleições, mas o nosso plano político não se vai esgotar no domingo, domingo é só uma pequena etapa, a verdadeira etapa começa segunda-feira, dia 11” de março”, declarou.
Numa mensagem que tem sido recorrente, Luís Montenegro afirmou que na campanha eleitoral “há muita gente entretida com outras coisas”, mas assegurou que não o vão demover do seu objetivo.
“O meu grande objetivo não é falar das pequenas coisas, dos pequenos episódios, é explicar a Portugal que nós temos tudo na nossa mão para sermos um país mais próspero e, sendo mais próspero, mais justo”, afirmou.
Montenegro acrescentou que não veio para “os jogos das políticas” nem para “as notícias de jornais ou telejornais”.
“Nós viemos para dar felicidade a cada ser humano e a cada português, entretenham-se outros com aquilo que é acessório”, disse, numa intervenção em que nunca se referiu ao seu principal adversário político, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos.
No entanto, antes de Montenegro, o líder do CDS-PP, Nuno Melo, o cabeça de lista da AD por Viseu, António Leitão Amaro, e o presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, dedicaram grande parte dos seus discursos a criticar quer Pedro Nuno Santos, quer o primeiro-ministro António Costa, alguns recorrendo alguns a metáforas futebolísticas, em noite de jogo entre o Futebol Clube do Porto e o Benfica.
Numa intervenção de cerca de 20 minutos, Montenegro repetiu o seu “compromisso inalienável” com os reformados e pensionistas de atualizar todos os anos “sem exceção” as pensões de acordo com a lei; atualizar mais as pensões mais baixas “dentro da medida do possível”; e, no período da legislatura, garantir que “quem for pensionista e não tiver rendimentos suficientes verá complementado o valor da sua reforma” até atingir os 820 euros.
“Está estudado, está orçamentado e estou em condições de dizer está garantido”, repetiu, reiterando que não ficará como primeiro-ministro se não cumprir a sua palavra.
Em Viseu, quis recordar uma conversa com uma senhora na Feira de São Mateus, quando começou a iniciativa “Sentir Portugal”, que lhe disse a chorar que o filho enfermeiro tinha decidido naquele dia ir trabalhar para o estrangeiro.
“Nunca mais me esqueci da mensagem que ela me transmitiu agarrando-me e dizendo: espero que faça alguma coisa para que as mães de Portugal não tenham de passar por aquilo que eu estou a passar”, disse.
O líder do PSD reiterou o objetivo de “estancar esta hemorragia de capital humano que está a prejudicar o presente e o futuro de Portugal”.
“Mães ou avós, pais ou avôs, de facto esta sociedade, este país que temos hoje está a afastar as famílias, está a desperdiçar o maior capital que nós temos, os mais jovens”, criticou-.
Montenegro, que antes de começar o discurso até cantou o hino da campanha com a plateia, esteve hoje sempre acompanhado pela mulher, num dia em que a caravana da AD começou ao lado do ex-presidente do PSD Pedro Santana Lopes na Figueira da Foz, seguido de um almoço-comício em Coimbra.
No círculo de Viseu, que elege oito deputados, o PSD conseguiu quatro em 2022, tantos como o PS, mas perdeu o primeiro lugar em votos neste distrito em tempos conhecido como “Cavaquistão”, pelas votações expressivas aqui obtidas quando Cavaco Silva liderava o partido.
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