O presidente do PSD, Luís Montenegro, defendeu hoje que a política de educação do governo socialista liderado por António Costa “merece um chumbo”, numa altura em que se vive “um período muito critico, quase caótico”.
“Não há dúvida nenhuma de que a política de educação deste governo merece um chumbo e isso reflete-se em vários domínios”, apontou.
O líder do PSD, que se reuniu esta tarde em Coimbra com o movimento Acreditar, uma plataforma de discussão com a sociedade civil que trouxe para a mesa de debate a questão da demografia, apontou aos jornalistas algumas razões que o levam a reprovar a política de educação do governo.
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“Há dezenas de milhares de estudantes que não têm um professor a, pelo menos, uma disciplina. Isso merece chumbo”, destacou, acrescentando ainda o facto de ainda não terem sido recuperadas as aprendizagens que se perderam durante a pandemia da covid-19.
Luís Montenegro indicou como razão para a reprovação da política de educação do governo o movimento de indignação e contestação dos professores.
“Os professores não veem valorizada a sua carreira, não veem resolvidos problemas estruturais como aqueles que decorrem de colocações, que são muito difíceis de entender, e que fazem com que, muitos deles, não tenham condições de viabilidade económica para lecionar, tal é o nível das despesas com alojamento, deslocações e alimentação que têm de suportar, versus o rendimento que têm”, concretizou.
No seu entender, vive-se agora um “um período muito crítico, quase caótico”.
“Se por um lado precisamos de garantir aos professores o direito ao protesto e à contestação, por outro lado, isso já esta a causar danos muitos substanciais aos alunos e às famílias, que não têm onde deixar os seus filhos ou têm de ficar em casa, inibidos de trabalhar”, vincou.
Questionado sobre o que faria para resolver este problema, o líder do PSD sublinhou que essa responsabilidade cabe ao Partido Socialista.
“A questão não é o que o PSD faria, embora tenha ideias sobre isso. A questão hoje é que há um governo em funções há sete anos, que vê o seu mandato renovado há menos de um ano e, infelizmente, teima em enfrentar os professores, retirando-lhes autoridade e condições de se sentirem motivados para o cumprimento da sua missão”, referiu.
Para Luís Montenegro, tal vem-se agudizando devido a uma “incapacidade notória do governo” e à forma arrogante com que o ministro da Educação tem encarado os protestos.
“Isso infelizmente já fez escola no governo, porque esta arrogância, soberba, forma de não compreender o outro e que se é detentor da razão, é a marca indissociável de António Costa e quase todos os seus membros do governo”, criticou.
Por isso, defende que a solução passa por criar condições de valorização da carreira e de se negociar com os professores.
“Uma negociação que não vai dar aos professores tudo o que eles querem, mas que possa melhorar o sistema de colocação, possa dar viabilidade àqueles que estão no início da carreira, para poderem ter oportunidades de emprego que não sejam deficitárias, e ainda que possam ter alguns desbloqueamentos em termos de carreira e desvalorização”, concluiu.
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