Coimbra

Lucro da Navigator cai 53,6% no 1.º semestre para 44 milhões de euros

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 28-07-2020

O lucro da Navigator caiu 53,6% no primeiro semestre, face a igual período de 2019, para 44 milhões de euros, anunciou hoje a produtora de pasta e papel.

PUBLICIDADE

publicidade

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa dianta que o volume de negócios atingiu os 696 milhões de euros no semestre, menos 18,6%, e o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) caiu 32,3% para 140,1 milhões de euros.

“Num semestre marcado pelas quedas expressivas, quer no consumo global de papel UWF em resultado da pandemia de covid-19, quer nos preços da pasta e do papel, a empresa evidencia uma notável geração de ‘cash flow’ [fluxo de caixa] livre e uma posição financeira reforçada”, refere a Navigator.

O grupo refere que o ‘cash flow’ livre gerado no semestre em análise “foi de 114 milhões de euros, valor que compara com 101 milhões de euros no período homólogo de 2019”.

Com uma maior diversificação do seu negócio, “nomeadamente com a entrada no ‘tissue’, a manutenção da capacidade de secagem de pasta e uma forte atuação do lado dos custos, a Navigator mostrou estar mais protegida face a este enquadramento adverso. Ainda assim, a forte queda de procura de papel e dos preços de pasta e de papel em relação ao ano anterior refletiu-se directamente nos resultados do período”, adianta.

No período em análise, as vendas de papel da The Navigator Company representaram cerca de 67% do volume de negócios (contra 72% no primeiro semestre de 2019), as de pasta 11% (9%), as vendas de ‘tissue’ 10% (8%) e as de energia mantiveram-se nos 10%.

PUBLICIDADE

publicidade

“O semestre ficou marcado pela queda expressiva no consumo global de papel em resultado da pandemia”, mas a Navigator “conseguiu mitigar parcialmente a quebra de vendas de UWF através de uma maior diversificação do seu negócio, com crescimento nas vendas de pasta e de ‘tissue'”, salienta.

Maio “aparenta ter sido o pior mês em termos de queda na procura de UWF (-34% em termos anuais), com o mês de junho a apresentar já uma tendência de recuperação (-19% anuais)”, aponta.

“A Navigator foi gerindo ao longo dos meses de abril, maio e junho a sua produção de papel UWF de forma a acompanhar a queda da procura e a controlar os seus níveis de ‘stock'”, sendo que entre finais de março e de junho reduziu os seus ‘stocks’ em quase 20%.

“Esta gestão de produção a par com a mobilização para captação de encomendas permitiu à Navigator terminar o semestre com uma carteira de encomendas de 30 dias, um nível que compara com uma carteira de 18 dias junto da média dos concorrentes europeus. De facto, a Navigator lançou um conjunto alargado de iniciativas inovadoras ao nível do apoio aos seus distribuidores e das suas forças de vendas, em diferentes geografias nas Europa e no resto do mundo, que permitiram voltar a incrementar de forma relevante a carteira de encomendas, que se situa atualmente em cerca de 40 dias, o que representa o quarto nível mais elevado (para esta época) dos últimos 11 anos”, lê-se no comunicado.

A Navigator “conseguiu registar um volume de vendas de pasta para mercado significativamente superior ao do semestre homólogo (+56% em toneladas) de 193 mil toneladas, o melhor semestre desde 2010, por recuperação das vendas na Europa e através da diversificação das vendas para outras geografias, aproveitando oportunidades no mercado nos segmentos de ‘tissue’ e ‘packaging’ e a maior disponibilização de pasta para mercado decorrente da redução de produção de papel”.

O aumento das quantidades vendidas “possibilitou o registo de um incremento no valor de vendas para 79,6 milhões de euros, que compara com 77,6 milhões de euros (+2,6%), num enquadramento em que o preço da pasta se manteve pressionado e apresenta uma redução substancial em relação ao ano anterior”.

O negócio de ‘tissue’ “evoluiu favoravelmente ao longo do semestre, com as vendas em volume a atingir 52 mil toneladas”, um aumento homólogo de 10%.

Até junho, a venda de energia elétrica totalizou 73 milhões de euros, o que representa uma redução de 11,9% face ao período homólogo do ano anterior.

“Ao longo do semestre foi possível verificar uma forte contenção ao nível dos gastos fixos, que se situaram cerca de 22 milhões de euros abaixo do período homólogo com a evolução positiva da rúbrica de custos com pessoal e dos custos de funcionamento, em particular nos custos das áreas corporativas. Esta evolução foi em linha com o plano de redução de custos anunciado no primeiro trimestre de redução estimada de 46 milhões de euros em 2020”, acrescenta.

O investimento no semestre situou-se nos 48,7 milhões de euros, o que compara com 68,2 milhões de euros em igual período de 2019.

“Este valor inclui um montante de cerca de 24 milhões de euros em manutenção, melhorias de eficiência e outros, 13,2 milhões de euros em projetos ambientais diversos, em particular a Nova Caldeira de Biomassa na Figueira da Foz no valor de 11,4 milhões de euros, e 11,6 milhões de euros em projetos para reposição da condição dos ativos”, segundo a empresa.

A Navigator sublinha que, “do valor de investimento incorrido em 2020, cerca de 80% refere-se a manutenções e projetos iniciados em anos anteriores”.

No final de junho, o endividamento líquido remunerado totalizava 700 milhões de euros (excluindo o impacto da IFRS 16), o que representa “uma redução de 15 milhões de euros face ao final de 2019”.

A Navigator “mantém uma situação de liquidez confortável, com cerca de 317 milhões de euros em disponibilidades de curto prazo em 30 de junho”, conclui.

Related Images:

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE