A Rede Ibérica de Entidades Transfronteiriças (RIET) reúne-se a 14 de março, em Viana do Castelo, com o responsável da Comissão Europeia para a rede de transportes, a fim de discutir as novas ligações ferroviárias de mercadorias à fronteira.
A reunião contará com a presença do italiano Carlo de Grandis, coordenador da Rede Transeuropeia de Transportes da Comissão Europeia, surgindo face à “preocupação” com os “atrasos” na definição da ligação ferroviária de mercadorias entre Aveiro, Vilar Formoso, Salamanca e França, explica fonte da RIET.
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Esta linha “permitirá” fazer a ligação do serviço de mercadorias entre o porto de Aveiro e o País Basco (norte de Espanha) e está prevista na Rede Transeuropeia de Transportes. Contudo, afirma a RIET, Portugal tem “dado prioridade a outras linhas”.
Acrescenta aquela entidade – liderada desde 2013 pelo presidente da Câmara de Viana do Castelo -, que a indefinição na concretização desta ligação “afeta totalmente” a “futura competitividade” deste eixo a norte, face aos portos mediterrâneos do corredor formado entre Algeciras, Catalunha (sul) e França, que “é prioridade do Governo espanhol”.
De acordo com a RIET, os portos das regiões espanholas do País Basco, da Galiza e da Cantábria, juntamente com os portugueses (norte e centro) de Viana do Castelo, de Leixões, de Aveiro e da Figueira da Foz, “descarregaram juntos um total de mais de 15 milhões de toneladas de mercadorias” por ano.
Em outubro passado os governos de Portugal e Espanha assinaram com a Comissão Europeia um acordo prevendo a concretização da linha ferroviária de mercadorias por Aveiro. Contudo, “nos últimos tempos”, o Governo português “só tem vindo a fazer referência à linha Sines-Extremadura”, enfatiza aquela entidade transfronteiriça.
“O que fez acender todas as luzes de alarme no centro e norte de Portugal foi o facto de na recente visita do Presidente da República, Cavaco Silva, e do primeiro-ministro de Portugal, Passos Coelho, ao Panamá, só ter sido feita referência à linha de Sines, esquecendo a de Aveiro”, recorda a RIET.
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Nesta reunião com o coordenador da Rede Transeuropeia de Transportes da Comissão Europeia, a RIET pretende “monitorizar o cumprimento dos acordos de ambos governos”, recordando que o Plano Europeu de Transportes prevê, no total, investimentos de oito mil milhões de euros entre 2014 e 2020.
“Ficar-se fora da primeira fase significaria não fazer parte da cabeça do pelotão na estratégia de competitividade dos portos europeus”, remata aquela entidade.
A RIET foi criada há cerca de três anos, por entidades de cooperação ao nível autárquico, visando, sobretudo, “dar um contributo para a agenda da Cimeira Ibérica e para questões ligadas aos fundos comunitários” destinados à fronteira.
Integra atualmente 25 sócios, com mais de uma dezena de associações empresariais dos dois lados da fronteira, várias autarquias e outras instituições públicas.
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