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Líder do CDS reitera que “tem que haver” consequências políticas do “Russia Gate”

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 14-06-2021

O presidente do CDS-PP reiterou hoje que o caso da partilha de dados pessoais de ativistas russos “tem de ter” consequência políticas, que Fernando Medina devia colocar “o lugar à disposição” e António Costa dar explicações aos portugueses.

“Parece-me evidente que entregar a cabeça de três manifestantes a um Governo que não respeita os direitos humanos e que mata os seus opositores, como é o caso do regime de Putin, é algo que não pode passar em claro e tem que ter, obviamente, consequências políticas”, afirmou Francisco Rodrigues dos Santos, durante uma visita ao concelho de Murça, no distrito de Vila Real.

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O líder centrista disse já estar habituado que “a culpa no PS morra sempre solteira e a tentativa é sempre sacudir a água do capote e não retirar consequências políticas”.

“E Fernando Medina (presidente da Câmara de Lisboa) devia ser o primeiro a colocar o seu lugar à disposição e perceber que deve um pedido de desculpas quando procura transformar Lisboa em Moscovo e a liberdade em servidão”, salientou.

No entanto, na sua opinião, “um pedido de desculpas não bastaria” porque “não protege as vítimas que foram denunciadas nem, por outro lado, afasta o cometimento de um crime, como foi este que aconteceu”.

“Eu mantenho exatamente aquilo que disse, deve ser apresentada uma queixa na Procuradoria-Geral da República para apurar as responsabilidades criminais por via desta capitulação e subserviência de Medina ao regime de Putin, de modo a que possamos ter consequências também do ponto de vista jurídico que acrescem àquelas que já deviam ter sido tomadas do ponto de vista político, que era a demissão de Fernando Medina”, reiterou.

E defendeu, de novo, que se “Medina não for afastado por si próprio, deve ser removido pelos portugueses que amam a liberdade, pela força do voto já nas próximas eleições autárquicas”.

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Mas, para Francisco Rodrigues dos Santos “este caso não é apenas circunscrito à Câmara Municipal de Lisboa”.

“Nós sabemos que Fernando Medina enquanto primeiro responsável pelo envio destes dados dos manifestantes à Embaixada russa deve ser o primeiro a assumir as suas responsabilidades politicas, mas nós também sabemos que esse sistema foi implementado por António Costa em 2011, quando era, à data, presidente da Câmara de Lisboa”, referiu.

Francisco Rodrigues dos Santos referiu “esta prática perigosíssima foi instaurada por António Costa quando era presidente da Câmara de Lisboa”, pelo que defendeu que o primeiro-ministro “deve dar uma explicação aos portugueses”.

“Nós todos merecemos que o primeiro-ministro nos diga porque é que não filtrou esta prática, uma vez que ela viola os mais básicos princípios e liberdades de manifestação em Portugal”, salientou.

No entanto, para o líder do CDS “a verdade é que António Costa não está minimamente preocupado em agradar aos portugueses, nem dar explicações, nem com uma demão de hipocrisia, o PS tornou-se o dono disto tudo, exerce o poder de forma absolutamente totalitária e autoritária, desrespeitando as mais elementares liberdade e isto é grave porque se trata do primeiro-ministro que, na altura, era presidente da Câmara de Lisboa e que até agora não deu uma única explicação”.

“Como também não dará relativamente ao facto de sabermos que quer o seu ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Santos Silva, já tinham sido notificados desta prática que, pelos vistos, não é inédita, e já tinha ocorrido noutras manifestações, como por exemplo, contra o regime da China, Cuba e da Venezuela”, salientou.

Na sua opinião, “as leis injustas não devem ser cumpridas e cabe ao Governo zelar pelo bem comum e respeitando e cumprindo a Constituição da República Portuguesa”.

O presidente da Câmara de Lisboa disse no domingo que estará concluída “nos próximos dias” a auditoria urgente sobre as manifestações realizadas no município nos últimos anos e prometeu responder nessa altura aos ataques de que tem sido alvo.

A auditoria foi anunciada depois das notícias que deram conta que a Câmara Municipal de Lisboa (CML) fez chegar às autoridades russas os nomes, moradas e contactos de três ativistas russos que organizaram em janeiro um protesto, em frente à embaixada russa em Lisboa, pela libertação de Alexey Navalny, opositor do Governo russo.

O caso da partilha de dados originou uma onda de críticas e pedidos de esclarecimento da Amnistia Internacional e de partidos políticos.

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