Economia
Licor Beirão contra nova taxa por comprometer exportação e crescimento
A empresa que produz o Licor Beirão, na Lousã, criticou hoje a intenção do Governo de criar uma nova taxa sobre produtos considerados nocivos, alegando que a medida compromete a sua aposta na exportação.
Um responsável da empresa, Daniel Redondo, disse à agência Lusa que a medida pode comprometer o crescimento da empresa e a sua aposta no mercado externo, numa altura em que as exportações representam 25% das vendas.
“Se me reduzem o mercado nacional estão a reduzir-me a minha capacidade exportadora”, acrescentou.
Será então mais difícil “ter meios para manter a equipa e para apostar na exportação. E aí, sim, somos forçados a reduzir a estrutura e a reduzir a equipa”, admitiu Daniel Redondo.
O Licor Beirão emprega atualmente 50 pessoas e vende 3,5 milhões de garrafas por ano, liderando o mercado nacional das bebidas espirituosas, à frente de três marcas de uísque estrangeiras.
Em 2012, o consumo de Beirão em Portugal ultrapassou os 2,2 milhões de litros, segundo o Internacional Wine and Spirit Research, que divulga dados do consumo destas bebidas em 115 países.
“Nós, até agora, temos feito um esforço para manter e até aumentar as equipas, porque estamos a fazer um esforço grande para aumentar as exportações”, disse Daniel Redondo, que prevê uma subida destas, no final do ano, de 25 para 30% das vendas.
Medidas como a criação de uma nova taxa sobre produtos considerados nocivos “são atitudes típicas de Estado paternalista”, criticou.
Para Daniel Redondo, “estas atitudes não passam de medidas encapotadas de aumento de receita de impostos”.
O setor das bebidas espirituosas “já tem um imposto especial de consumo”, afirmou o empresário.
“Há um ataque tremendo ao setor” e essa medida virá “reduzir muito o consumo destes produtos”, levando os portugueses “a comprarem noutros países onde os impostos são mais baixos”, designadamente em Espanha.
Na quarta-feira, o presidente da Associação de Empresas de Bebidas Espirituosas, Mário Moniz Barreto, disse estar preocupado com a intenção do Governo de criar uma nova taxa sobre produtos considerados nocivos, considerando que a medida vai causar uma maior depressão das receitas.
A ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, afirmou na terça-feira, na conferência de imprensa após a reunião extraordinária do Conselho de Ministros, que há “necessidade de continuar a diminuir as dívidas acumuladas no setor da saúde”, admitindo vir a aplicar taxas à indústria farmacêutica e a produtos com efeitos nocivos para a saúde.
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