Coimbra
Legião da Boa Vontade a lutar há 25 anos em Portugal contra pobreza e exclusão social
Mais de 13.500 pessoas são apoiadas pela Legião da Boa Vontade, uma instituição que há 25 anos abriu portas aos carenciados do Porto e, desde então, alargou a sua ação a outras cidades e a outro tipo de carências.
A 02 de março de 1989, a Legião da Boa Vontade (LBV) iniciava o seu trabalho na cidade do Porto. Com o apoio dos portugueses, foi enraizando o seu trabalho na luta contra a pobreza e a exclusão social e hoje também está presente em Lisboa e Coimbra.
Em entrevista à agência Lusa, o administrador da LBV, Haroldo Rocha, fez um “balanço muito positivo” dos 25 anos de atividade da instituição para o qual contribuiu, principalmente, “a generosidade do povo português”.
Ao apoio à família em situação de vulnerabilidade social e à população sem-abrigo, seguiu-se a abertura de um ATL para crianças e adolescentes, um centro de convívio, que promove a qualidade de vida ativa na terceira idade, o acompanhamento da mulher grávida e a promoção da saúde, em especial da saúde oral.
Para dar estas respostas, foram criados cinco programas socioeducativos “com muita força, graças ao apoio do voluntariado, dos benfeitores, de empresas e de estruturas governamentais, que permitiram também o desenvolvimento deste trabalho”, disse Haroldo Rocha.
Um desses programas é a ‘Ronda da Caridade’, um trabalho itinerante que apoia cerca de 200 sem-abrigo, em Lisboa, e 100, no Porto, oferecendo-lhes refeições, calçado e roupas nas noites de sexta para sábado e de sábado para domingo.
“A grande realidade é que a população sem-abrigo cresce por várias situações”, uma delas a crise, que cria “condições mais agressivas” que obrigam as pessoas a ter de viver nas ruas, disse o responsável.
Contudo, há outras razões que levam à condição de sem-abrigo, como “as deceções dentro da família, a incompreensão de certas situações, como a toxicodependência ou o alcoolismo”.
“Mas sem dúvida nenhuma, hoje a crise alimentar que atinge a família na sua estrutura básica tem também contribuído para esse crescimento da população sem-abrigo”, sublinhou Haroldo Rocha.
Segundo Haroldo Rocha, também tem crescido o apoio alimentar a famílias carenciadas e idosos devido à crise que o país atravessa, mas também a ajuda a instituições que já não conseguem dar resposta a tantos pedidos.
“Apoiamos hoje cerca de 1.500 famílias, um número que chega quase às 3.000 famílias nas épocas do Natal e da Páscoa”, sublinhou.
O responsável observou que, “no passado, só no Porto, a LBV atendia cerca de 70/80 famílias e hoje são cerca 120/130 famílias mensais no atendimento básico”.
A prevenção e cuidados de saúde oral também têm sido um objetivo da instituição, que, através do Programa Sorriso Feliz, apoia uma média de 400 crianças por mês.
Apesar do aumento das solicitações, a instituição tem conseguido dar resposta às situações, “graças ao apoio das pessoas de boa vontade, do povo português”.
“Mesmo neste momento em que há um acréscimo dos pedidos, devido ao momento que o país atravessa, todos os objetivos têm sido alcançados dentro das condições que uma instituição com a LBV pode propor”, frisou.
Haroldo Rocha disse que tem sido um “trabalho enorme” que tem sido conseguido com o apoio dos benfeitores, empresas e, fundamentalmente, dos 2.000 voluntários, que “têm ajudado ao longo destes 25 anos a LBV a cumprir a sua missão social”.
Na véspera de assinalar o 25.º aniversário da LBV, o administrador quis deixar uma palavra de agradecimento a todos que tem apoiado a instituição: “Obrigado e um bem-haja a todos”.
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