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Lasers ajudam arqueólogos a estudar tatuagens antigas em múmias peruanas

Notícias de Coimbra com Lusa | 9 horas atrás em 14-01-2025

Imagem: DR

 Investigadores utilizaram lasers para descobrir desenhos altamente complexos de tatuagens antigas em múmias do Peru, da cultura Chancay, uma civilização que floresceu antes do império Inca e da chegada dos europeus

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A pele preservada das múmias e a tinta preta usada na tatuagem mostram um forte contraste, revelando detalhes finos em tatuagens que datam de cerca de 1250 d.C. e que não são visíveis a olho nu, explicou o coautor do estudo Michael Pittman, arqueólogo do Instituto Chinês de Investigação Científica.

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Os investigadores examinaram cerca de 100 múmias da cultura Chancay, na costa do Peru.

Todos os indivíduos tinham algum tipo de tatuagem nas costas das mãos, nos nós dos dedos, nos antebraços ou noutras partes do corpo.

O estudo centrou-se em quatro indivíduos com “tatuagens excecionais” — desenhos de formas geométricas como triângulos e losangos, frisou Pittman.

Não ficou claro exatamente como as tatuagens foram criadas, mas são “de uma qualidade que se compara às tatuagens realmente boas de hoje”, realçou Aaron Deter-Wolf, especialista em tatuagens pré-colombianas e arqueólogo da Divisão de Arqueologia do Tennessee, que não esteve envolvido na investigação.

Os resultados foram publicados na segunda-feira na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, noticiou a agência Associated Press (AP).

Utilizando lasers que fazem a pele brilhar levemente, “basicamente transformou-se a pele numa lâmpada”, contou o coautor Tom Kaye, da organização sem fins lucrativos Foundation for Scientific Advancement, em Sierra Vista, no Arizona.

As descobertas foram “úteis para aprender sobre novas tecnologias não destrutivas que podem ajudar a estudar e documentar materiais arqueológicos sensíveis”, como as múmias, vincou ainda Deter-Wolf.

As tatuagens mais antigas conhecidas foram encontradas nos restos mortais de um homem neolítico que viveu nos Alpes italianos por volta de 3000 a.C.

Muitas múmias do antigo Egito também têm tatuagens, assim como restos mortais de culturas de todo o mundo.

Ao longo da história, as tatuagens têm sido utilizadas de muitas formas, para marcar a identidade cultural ou individual, acontecimentos da vida ou estatuto social, ou para “afastar doenças ou ajudar a melhorar as relações com espíritos ou divindades”, lembrou Lars Krutak, arqueólogo do Museu de Arte Popular Internacional em Santa Fé, Novo México, que não esteve envolvido na investigação.

Embora os desenhos em cerâmica, tecidos e cantaria sejam mais comummente preservados e estudados pelos investigadores, “quando as tatuagens antigas estão disponíveis, dão ‘insights’ [detalhes] interessantes sobre formas de arte figurativa e abstrata a que não se teria acesso de outra forma”, apontou o arqueólogo da Universidade de Bournemouth, Martin Smith, que não participou no estudo.

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