O processo de transferência de lampreias para um dos seus santuários em Penacova no Rio Mondego teve início na sexta-feira, 4 de abril.
A iniciativa integra-se na candidatura apresentada pela Comunidade Intermunicipal (CIM) Região de Coimbra ao projeto europeu DALIA no âmbito da reabilitação de ecossistemas aquáticos.
Na prática, esta candidatura prevê a transferência de lampreias adultas capturadas por pescadores na zona da Figueira da Foz para montante do Rio Mondego.
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A primeira traslocação aconteceu na sexta-feira, 4 de abril, no concelho de Penacova. Carlos Alexandre, investigador do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente da Universidade de Évora, explicou que se trata de um projeto que pretende acelerar aquilo que é a recuperação da população de lampreia marinha no Rio Mondego.
Veja imagens da largada de lampreias no concelho de Penacova








Em entrevista ao Notícias de Coimbra, disse que o objetivo é “tentar mitigar e contrariar a redução do número de lampreias nos últimos anos a montante do Rio Mondego, bem como a diminuição das larvas ao longo do rio”.
Esta sexta-feira, foram “largadas” no concelho de Penacova 32 lampreias (machos e fêmeas). “Queríamos ter largado mais, pois o objetivo do projeto era que nós capturássemos e libertássemos a montante centenas de animais, mas temos feito esforços enormes para tentar capturar os animais e não tem sido possível, o que também é reflexo deste decréscimo de abundância”, afirmou o investigador.
A translocação aconteceu perto do final do dia, pois como lembrou Carlos Alexandre “são animais que não se movimentam durante o dia”. Dessa forma, e após alguns minutos de adaptação às águas do rio Mondego, deram início ao processo de migração e, dessa forma, “escolher as áreas de desova e, dessa forma, reproduzir”.
Questionado sobre o facto de haver uma redução do número de lampreias no rio Mondego, o investigador do MARE referiu que se está a passar “qualquer coisa no mar que nós não sabemos o que é, mas estamos a fazer esforços para descobrir o que não está a deixar os animais regressarem, pelo menos na quantidade que era suposto”.
Veja o vídeo NDC com o investigador Carlos Alexandre
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