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Justiça “culpa” bombeiro de Miranda do Corvo pela própria morte

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 1 hora atrás em 08-10-2024

Imagem: Bombeiros Voluntários de Miranda do Corvo / Facebook

José Fernandes. Eterno sub-chefe dos Bombeiros Voluntários de Miranda do Corvo. Morreu durante um combate a um incêndio na Serra da Lousã, em julho de 2020.

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Hoje, a viúva ainda espera por alguma ajuda, uma vez que nunca recebeu qualquer apoio ou indemnização.

Na Justiça, o caso foi arquivado, dado que a vítima, de 56 anos, foi dada como culpada por ter arriscado e perdido a vida no incêndio. Isto é, José foi dado como culpado pela própria morte. Marília não esconde a revolta.

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Segundo o Correio da Manhã, a investigação decorreu ao longo de dois anos. “No inquérito, diz a viúva, foram tidos em conta os depoimentos dos colegas do marido que não o defenderam. Marília aponta várias falhas na investigação”, afirma.

“Ele era tão experiente, tão incapaz de colocar a equipa em perigo […] Reunia a equipa para o queimado, juntavam-se e fazia de mangueira chuveiro para proteger todos”, recorda a viúva.

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Não aceita de bom agrado os depoimentos dos colegas que constam no inquérito onde aponta várias falhas, a começar por quem encontrou o corpo e em que condições estava o corpo, uma vez que existem incongruências. Numa primeira análise consta-se que estava intacto, noutra apresenta arranhões e escoriações.

Para Marília, José morreu sozinho cercado pelas chamas. “Ou o camião tinha água e as mangueiras arderam, ou o camião não tinha água e as mangueiras arderam”.

Marília reclama apoio jurídico para que o caso regresse à Justiça. “Desejo que a minha história não se repita. Quero que as famílias dos bombeiros que morreram este ano sejam apoiadas e que não sejam abandonadas como eu”, explica.

José Fernandes, com 39 anos de experiência, foi encontrado morto por um colega no chão. “Ele dava tudo pela aquela casa”, conclui.

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